No futebol ao mais alto nível já se viu de quase tudo. Reviravoltas, golpes de teatro, enormes surpresas e desilusões, momentos em que a emoção chegou aos píncaros. Fenómenos mais ou menos improváveis, como o protagonismo de Taarabt como médio-centro e como um autêntico ladrão de bolas no Benfica.
O marroquino que vai fazendo companhia a Gabriel na zona nevrálgica do terreno acabou o jogo contra a sensação Famalicão com um número impressionante, tendo em conta o passado absolutamente ofensivo, atacante e criativo do jogador. Seis desarmes bem sucedidos, o máximo nesta Liga, em igualdade com Filipe Augusto.
«Como é que este homem deixou passar uma carreira por ele?» A frase, sendo de Luís Filipe Vieira, podia ser da autoria de qualquer adepto do Benfica por esta altura. Taarabt é por estes dias um dos esteios do crescimento encarnado, uma das figuras para que o campeão nacional esteja de pazes feitas com as boas exibições.
Jogador | Jogo | Nrº de desarmes |
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Filipe Augusto | Rio Ave x Tondela | 6 |
Adel Taarabt | Benfica x Famalicão | 6 |
O ressurgimento começou ainda em 2018/2019. Lage abriu a porta, Taarabt aproveitou a equipa B para ter uma desculpa à entrada. O Tondela foi o primeiro adversário e logo aí o técnico encarnado não teve problemas em lançar o jogador numa posição bem mais recuada do que o normal. Deu tempo para um ou outro pormenor, entre a euforia de uma vitória arrancada a ferros.
Entretanto, o marroquino que nunca confirmou todo o potencial e talento foi saltando do onze para o banco, do banco para o onze. Jogou na esquerda, no apoio ao ponta de lança, continuou a ser utilizado como médio-centro, alternando boas exibições com outras menos conseguidas - para o zerozero, foi dos piores em Tondela e dos melhores em Braga, por exemplo.
«Já na época passada ele jogava assim. No início da época tentámos que ele jogasse como um terceiro médio ou um segundo avançado e, aí sim, poderíamos ter essa solução jogando com três médios. Sentimos que ele tira maior partido a jogar como segundo médio. Como já jogou naquela posição, é quem mais procura os jogadores daquela posição, principalmente quando a bola circula de um corredor ao outro. A sua recuperação? A coisa aconteceu de uma forma natural, na equipa B», explicou o técnico.
Por estes dias, Taarabt é o espelho de um Benfica mais forte do que nos primeiros meses de 19/20. Uma dupla com Gabriel que só não tem dado 100% de resultados porque os últimos minutos de Leipzig estragaram a estratégia. Mas começou aí, na Alemanha, uma nova fase para Adel, o ladrão de bolas.
4-0 | ||
Carlos Vinícius 39' Pizzi 48' 63' Caio Lucas 89' |