Serra de oportunidades

Deslocação a uma localidade pouco presente no futebol de primeira; visita a um interior cada vez menos habitado; disputa de uma partida a uma altitude muito acima da média; aproximação a uma das mais belas maravilhas naturais de Portugal: a Serra da Estrela. A terça feira competitiva do Benfica será feita de profundas novidades e o Sporting da Covilhã é o anfitrião de serviço. 

Para lidar com tanta mudança, Lage deverá ele próprio abrir mão de uma série de titulares e transformar o jogo importante da Serra numa espécie de segundas e terceiras oportunidades para alguns dos menos utilizados. Também terão que dar resposta afirmativa, estes, caso a final four de Braga seja um objetivo a atacar em força. 

Muita garotada 

Se o Sporting da Covilhã é uma formação pouco habituada a defrontar as principais forças do futebol português, não é menos verdade que alguns dos convocados do Benfica já sabem o que é jogar nas condições muito particulares dos Serranos. Nomes como Florentino, Ferro, Gedson Fernandes e Zlobin não deverão sentir o impacto, a não ser o desportivo, uma vez que a responsabilidade e o estatuto já não pertencem a uma divisão secundária. 

Apesar do susto mais recente em Vizela, em que as alterações e um adversário valente deixaram em perigo a passagem mais do que previsível do Benfica, as mudanças no onze encarnado deverão voltar a ser profundas e estendíveis a todos os setores. Os jovens Tavares, Tomás, na direita, e Nuno, na esquerda, terão um palco para mostrar que a sucessão de André Almeida e de Grimaldo pode não ser um bicho de sete-cabeças. 

Zlobin vai voltar à baliza ©Tânia Paulo / SL Benfica

Mais à frente, Florentino, remetido à condição de suplente depois do aparecimento da dupla Gabriel-Taarabt, deve ganhar ritmo, tal como Jota, um dos que melhor aproveitou os minutos na Taça, e De Tomás, o avançado de 20 milhões que tarda em confirmar créditos e em convencer Lage. A concorrência de Vinícius não ajuda...

Pela frente estará um Sporting da Covilhã que já foi sensação na Taça da Liga e no campeonato. O próprio Famalicão sentiu na pele o arranque triunfal desta formação de Ricardo Soares, mas as últimas semanas têm sido de desilusão e de desconfiança, sinais que poderão desaparecer caso a equipa se agigante e consiga encaminhar uma passagem que a matemática encara ainda como possível. 

O futebol ao mais alto nível está de passagem pelas imediações da Serra da Estrela em pleno dezembro. O ambiente só tem de aquecer.