Fcpflaw2506 25-04-2024, 18:14
A final. O momento mais antecipado por cada profissional de futebol. O dia em que percursos brilhantes, acidentados, sofridos, seguros, regulares se unem para um espetáculo único, onde nada do que se passou antes parece verdadeiramente contar, tal a importância e a não menos habitual transcendência do momento.
O Flamengo tem no River Plate o último obstáculo para um título histórico e Lima será o palco de todas as decisões. Jorge Jesus regressa a uma final continental, cinco anos depois, para tentar levantar o caneco, trazer a Libertadores para o Rio e, se possível, acabar com uma certa maldição que perdura ainda dos tempos do Benfica.
Para o técnico português, este é um jogo especial. O Flamengo está transformado numa autêntica máquina de futebol, capaz de triturar adversários, capaz de ter praticamente o título de campeão brasileiro garantido. O trabalho tem sido elogiado por todos, mas ainda falta uma última cereja no bolo, uma espécie de ajuste de contas do próprio JJ com «o jogo». Estar em duas finais europeias consecutivas merece destaque, perder duas finais europeias consecutivas é um fardo que o mister quererá afastar.
Comecemos por recordar 2013. O Benfica vinha de uma derrota absolutamente dramática no Dragão, no tal momento K, de Kelvin, mas a presença numa final europeia, mais de 20 anos depois, abria nuvens de esperança. Os encarnados bateram-se de igual para igual com o campeão europeu em título, ameaçaram com justiça o prolongamento, mas um cabeceamento certeiro de Ivanovic, no fatídico minuto 92, atirou novamente as Águias ao tapete. Jesus saiu derrotado e desconfiado de Amesterdão.
A derrota na Holanda doeu, mas os adeptos não tiveram que esperar muito para voltar a sentir a ocasião de um jogo tão importante como uma final europeia. O caminho até Turim tinha sido ainda mais épico do que o anterior, com um triunfo de excelência em White Hart Lane e um empate saboroso na casa do anfitrião da final, a poderosa Juve de Conte. Pogba, Pirlo, Vidal, Tévez foram ultrapassados, mas o Sevilha de Emery, no mesmo estádio, teve arte para levar o jogo para as grandes penalidades, brilhando no momento de todas as decisões Beto.
Nesse caminho até à segunda final europeia, uma frase ficou na memória de adeptos e jornalistas. Disse Jorge Jesus, a propósito do ditado futebolístico aplicado aos jogos decisivos, que «Finais são para ganhar? Mentira! As finais são para disputar entre duas equipas...».
Agora, em 2019, o discurso do técnico mudou. Confirmada a presença e o momento histórico para o Flamengo, depois da goleada aplicada ao Grémio, o antigo técnico de Benfica e Sporting não deixou de recordar as anteriores finais, comentando de forma diferente a importância e a forma como esse tipo de jogos devem ser encarados.
«Primeiro quero agradecer aos jogadores por este feito, por este sonho que a torcida do Flamengo há muitos anos andava à procura, e hoje mostrou aqui o porquê. São únicos, diferentes, apaixonados. Hoje foi um ambiente bonito, único, penso eu, no mundo. Todo estamos de parabéns. Chegar à final é importante, mas o mais importante é ganhar», afirmou o comandante do Mengão, no meio da euforia.
Uma atitude e um estado de espírito diferente antes de uma ocasião especial. Uma simples mudança de discurso ou um olhar novo que poderá marcar a viragem de JJ nas finais mais importantes? Para descobrir no próximo sábado...
1-2 | ||
Santos Borré 14' | Gabriel Barbosa 89' 90' |