No ano e dois meses da direção de Frederico Varandas no Sporting houve muitos braços de ferro. Antiga direção, opositores, equipa, mercado etc. Ainda assim, nenhum desses «confrontos» está a ser tão mediático e polarizador como a questão das claques. O clima entre a direção e os Grupos Organizados de Adeptos (GOA) escalou de forma rápida e levou ao fim do protocolo entre o clube e as duas principais claques.
Fazendo uma curta cronologia podemos afirmar que a relação entre o presidente do Sporting e os GOA nunca foi a melhor. Muito ligadas à anterior direção, as claques nunca aceitaram na totalidade a nova direção, ainda assim, foi nesta temporada que as manifestações de insatisfação tomaram proporções graves. Depois da derrota da Supertaça (4 de agosto) e de um fecho de mercado complicado (2 de setembro), estalou o verniz.
O incidente mais grave aconteceu a 19 de outubro no Pavilhão João Rocha, numa partida da equipa de futsal (Sporting x Leões de Porto Salvo). Membros das claques invadiram a bancada central insultando Frederico Varandas, que teve de sair do local com escolta policial. Nesse mesmo dia o vidro do carro de um vogal da direção foi partido. No dia seguinte (20 de outubro) o Sporting termina os protocolos com as claques Juve Leo e Directivo XXI e cinco dias depois os GOA são despejados da sede, um espaço que pertence ao clube. No dia 29 do mesmo mês o Sporting solicita à APCVD (Autoridade para a Prevenção e Combate à Violência no Desporto) a suspensão do registo destes dois GOA.
De acordo com o jornal Record e citando o artigo 15, número 4 da lei para as claques, «Sempre que proceder à suspensão de um registo, o promotor do espetáculo desportivo cessa todo o apoio que presta ao GOA e informa a APCVD; Caso a suspensão perdure pelo período de um ano, o promotor anula o registo e informa a APCVD»
Ou seja, as duas claques não podem receber mais apoios do clube, mas apenas passam a ser ilegais se a suspensão durar um ano.
Em relação aos benefícios, a protocolo estabelecido entre a atual direção previa benefícios de cerca de 151 mil euros às claques. Entre bilhetes grátis (875), a bilhetes mais baratos (500), a game boxes (400) e outros subsídios a deslocações e a ações de apoio. No último protocolo da direção de Bruno de Carvalho os apoios ascendiam aos 517 mil euros. Esse valor era divido em bilhetes grátis (875), a bilhetes a preços especiais (7 500), GameBoxes Claque (400 a 420), Convites para jogos das modalidades (50) e outros apoios.