Num jogo onde os nervos podiam ir aumentando com o passar do tempo, o brasileiro não quis esperar muito para fazer balançar as redes e acabou por ser decisivo. Os jogos no banco fizeram bem, porque o lateral não parece o mesmo. Já o remate, parece ter sido um afastar dos fantasmas que assombraram a equipa durante esta semana. No momento defensivo não teve muito trabalho, mas esteve sempre alerta.
Num meio campo composto por Danilo e Loum, ficou encarregue das funções mais criativas. E fê-lo bem. Além disso, o médio brasileiro mostrou aquela combatividade a que este dérbi está tão acostumado. Na primeira linha de pressão era ele que impedia os ataques rápidos das panteras.
Já jogou a trinco, lateral direito e central, e a verdade é que tem dado conta do recado. No eixo da defesa, a substituir Pepe, o congolês foi o que mais se destacou. Imperial no jogo aéreo e sempre muito atento a Stojiljkovic, voltou a responder à altura à confiança de Sérgio Conceição.
Com uma função importante à frente da linha de cinco defesas, passava por ele a responsabilidade de conter o jogo interior do FC Porto. Apesar de não terem tido um homem fixo como médio ofensivo, Corona e Otávio passavam muitas vezes por lá, e o camisola 88 do Boavista ia travando estas tentativas. Não tivesse sido ele, o resultado podia ter sido outro.
Que bela maneira de justificar a escolha do treinador. As questões disciplinares do clube e o castigo a Uribe abriram um lugar onze e o senegalês aproveitou da mesma forma. Lado a lado com Danilo, esteve sempre disponível para impedir os ataques das panteras. Na sua estreia na Liga NOS, ainda teve tempo de criar perigo nas bolas paradas ofensivas. Teria sido uma estreia de sonho.
O trintão continua em grande forma nesta temporada. E parece que as suas exibições saltam mais à vista contra as melhores equipas. Depois da exibição quase perfeita contra o SC Braga, há umas semanas, o central voltou a estar bem. É o patrão da defesa e a braçadeira fica-lhe bem. Os adeptos não podem apontar nada à sua exibição.
O maliano não esteve nos últimos jogos da equipa e não se sabe bem se é por opção técnica ou por questões físicas. De qualquer das formas, o maliano não é o mesmo das épocas anteriores. Falhou a desiquilibrar e acabou por ser anulado. Não conseguia dar o melhor destino aos lances onde era chamado, segurar as bolas longas.
Quando se tem poucas oportunidades para desequilibrar, é preciso saber aproveitá-las melhor. Não foi feliz nas poucas que teve e acabou por sair aos 70 minutos como o pior da equipa. A individualidade que mostrou num contra-ataque onde o Boavista tinha superioridade numérica foi apenas uma das várias más decisões que tomou. Tem qualidade, mas este jogo saiu-lhe ao lado.
0-1 | ||
Alex Telles 9' |