Em termos geográficos, a distância entre Portugal e Espanha é curta, mas em termos futebolísticos ainda há um longo caminho a percorrer, sobretudo em termos tecnológicos.
O zerozero esteve à conversa com Javier Tebas e falou sobre o trajeto do campeonato espanhol no mundo da digitalização e da interação dos adeptos, que tem elevado a La Liga para um patamar de excelência.
Um processo que começou há quatro anos e que ainda tem muita margem de progressão, mas que ainda está longe de existir na Liga portuguesa. As relações com Pedro Proença são boas, as preocupações são as mesmas, por isso o presidente do campeonato espanhol aproveitou para dar dois conselhos ao seu homólogo.
«Daria dois conselhos. O primeiro é paciência. Não é algo que se consegue da noite para o dia, nem os resultados aparecem da noite para o dia. O segundo conselho é o talento. É preciso rodear-se de pessoas com conhecimentos nestes setores, mesmo que não sejam do futebol. Do mundo dos dados, da análise. É uma questão de ter talento, é a chave para crescer, senão é impossível», explicou.
Para Javier Tebas não há qualquer dúvida. A liga portuguesa deve seguir o mesmo caminho da La Liga, caso contrário corre o risco de perder o comboio dos restantes campeonatos.
«Não pode, deve! Sem dúvida. Isto não depende de serem ligas pequenas ou grandes. Nem podemos pensar que é muito dinheiro, é preciso decidir investir porque o lucro aparece nos anos seguintes. Há que ter paciência e talento. Tomar a decisão e ter claro o objetivo final, não ir construíndo à medida que vai surgindo. É preciso saber onde queremos chegar».
Depois dos conselhos, as preocupações. Em constante contacto com o presidente da Liga portuguesa, Javier Tebas deixou alertas importantes.
«Tenho uma relação muito boa com o Pedro Proença, falamos muito, temos muito contacto, preocupações com o futebol europeu, a reforma da Champions. Isso preocupa-nos muito, acho que temos de estar muito atentos ao que acontece no futebol mundial e europeu, tanto na UEFA como na FIFA, porque não se está a pensar no que pode acontecer nos campeonatos e os campeonatos são os motores do futebol de cada país».