O tempo não pára mesmo para quem manda pausa

O campeonato parou, mas só para o Sporting. O tempo, esse, não pára. «Ás vezes é lento, às vezes é veloz», como diz esse poeta conhecido como Sam the Kid. O Alverca vive, agora, tempos diferentes. O reencontro, quinze anos depois, com os leões acontece na Taça de Portugal, já depois de o clube ribatejano ter ultrapassado alguns problemas. Mas isso todos têm. O Sporting que o diga.

Foi precisamente para a Taça de Portugal que os leões sorriram pela última vez. O triunfo no Jamor, diante do FC Porto, que deixa o Sporting como defensor da Prova Rainha, foi o mais saboroso dos últimos tempos, mas desde aí... O tempo voltou a fazer das suas. Keizer saiu, Leonel Pontes esteve apenas de passagem e Silas foi contratado para tentar dar um novo sinal dos tempos.

O recomeço do leão fez-se com duas vitórias, ambas sofridas, mas agora houve tempo para trabalhar. O novo treinador pode passar algumas ideias aos jogadores que não foram às seleções e o primeiro teste neste novo espaço temporal pode ser importante para perceber o que o técnico pretende da equipa. Há estratégias para assimilar e por isso percebe-se que o técnico não tenha surpreendido em demasia na convocatória (Coates ficou de fora). No onze (e na tática) é que pode já dar um novo sinal dos tempos que se avizinham.

Sem pressão, a jogar em casa, o Alverca vai tentar ditar o compasso. A equipa de Vasco Matos tem um duelo especial pela frente. Primeiro porque faz recordar os tempos saudosos no Ribatejo, depois porque há uma ligação ao adversário que também lembra outros tempos. O treinador, por exemplo, cruza-se com a equipa que o formou pela primeira vez enquanto técnico. 

Tempos diferentes, é certo. O Alverca tenta voltar à fama de antigamente, Silas procura afirmar-se num leão onde não conseguiu espaço enquanto jogador. Voltemos ao nosso Sam the Kid. «Celebridades não duram apenas 15 minutos, putos como eu esperam que o tempo dê frutos». Quem os irá colher? A resposta está no Ribatejo.