Com craques destes vale sempre a pena tomar um Red Bull

Os grandes jogadores são assim. Werner estava a realizar um mau jogo, sem sucesso no drible, com poucas ocasiões para finalizar e com um par de más decisões, mas sai do jogo com dois golos na ficha de jogo. O primeiro foi de um avançado que faz do erro do adversário o seu alimento, o segundo fez parte da movimentação coletiva de uma equipa com muita capacidade para triangulações na zona ofensiva. Saiu do próprio bolso e decidiu a partida.

Fazer a estreia pelo clube da formação é sempre um marco importante na vida de um jogador, fazer a estreia na Liga dos Campeões também. O que dizer de ambas? Os primeiros passos de Tomás Tavares na equipa principal foram dados na Liga Milionária e o jovem lateral passou no teste. Concentração máxima a defender, sempre com critério a atacar, por dentro e por fora. Deixou excelentes apontamentos para o futuro.

O sueco fez uma exibição em crescendo e fez crescer a equipa, com a sua qualidade de leitura e de passe. Depois de perceber a forma de defender do Benfica, o número 10 procurou sempre os espaços onde tinha mais tempo para decidir e levou a sua equipa para a frente, em especial na segunda parte. Foi o ingrediente secreto que deu energia à Red Bull.

Errou? Sim. Perdeu bolas? Sim. Jogou? Muito. Fez jogar? Também. Taarabt continua a crescer a olhos vistos e hoje mostrou ser o comandante da manobra ofensiva dos encarnados, que ganhava lucidez a cada passe do marroquino, sempre esforçado no capítulo defensivo, embora hoje tivesse ao lado um Fejsa mais capaz neste aspeto do que aquele que jogou com o Gil Vicente. Taarabt tem consciência da sua capacidade e por isso perde bolas em zonas complicadas, mas também quebra linhas de pressão como ninguém na equipa de Bruno Lage.

Falemos primeiro do que fez de bem.- três cortes fundamentais, dois na primeira parte e um na segunda. O internacional português foi o comandante da defesa e um auxílio precioso para Tomás Tavares e Ferro, com quem se entende bem. Numa partida exigente, frente a jogadores capazes e com muitos adversários na sua zona de ação, Rúben Dias fez uma partida quase perfeita, mas o momento em que dá um pedaço de espaço a Werner serve como lição - na Champions, um jogo quase-perfeito não basta.

Para o guarda-redes do Benfica, o jogo desta noite tinha dois adversários, o RB Leipzig e Gulácsi, num duelo individual interessante de seguir. O húngaro esteve em grande nível, mas o guardião do Benfica mostrou que caso Gulácsi tivesse rumado à Luz iria ter muito trabalho para ganhar a titularidade. Sem culpas nos golos, o guarda-redes do Benfica adiou o golo inaugural o máximo que conseguiu. Acabou por ir buscar a bola ao fundo das redes mais uma vez do que o colega de posição, mas deu seguimento ao excelente início de época, tendo também mostrado mais qualidade com os pés do que é habitual.

Depois da antevisão ao jogo, cedo se percebeu que Jota ia ser opção, restava saber ao lado de quem. A decisão de colocar o jovem da formação benfiquista ao lado de RDT pareceu fazer mais sentido, mas Jota foi um acumular de más decisões. Teve técnica para sair de situações complicadas, mas isso já todos sabemos. É no capítulo da decisão que tem de mostrar capacidade para ser titular e hoje voltou a mostrar que ainda há muito para aprender.

Esteve em campo, mas sentiu-se a sua ausência. O internacional português estava em dúvida para a partida, mas enquanto Rafa e André Almeida (este na bancada) ficaram de fora, o capitão assumiu o seu lugar no lado direito do ataque. Procurou entender-se com Tomás Tavares, mas só apareceu para descongestionar jogo e colocar a bola em Vlachodimos. No ataque acabou por estar perto do golo, mas foi muito pouco para aquilo que sabe e que, acima de tudo, tem vindo a fazer.