Estão consumadas as pazes entre seleção e povo brasileiro. Em casa, a Canarinha bateu o Peru por 3x1 e conquistou a Copa América, doze anos depois do triunfo em 2007. Um vencedor justo e um digno finalista, acima de mais ou menos polémica.
Encarado como um autêntico underdog à partida para esta final, o Peru entrou melhor no relvado do Maracanã. Sem deixar o Brasil construir desde trás, o conjunto de Gareca foi corajoso e pressionante durante a primeira dezena de minutos, sendo a formação com mais presença atacante.
Aos poucos, a Canarinha foi afastando esta atitude proativa dos peruanos. Mesmo com uma construção algo lenta a previsível, a equipa de Tite criou vários problemas à organização defensiva contrária. Everton, que já tinha deixado a cabeça de Advíncula à roda, soube aproveitar da melhor forma um grande trabalho individual e cruzamento de Gabriel Jesus e ainda o mau posicionamento do antigo lateral do Vitória para abrir o marcador.
Coutinho, sempre inteligente e criativo, e Firmino, muito móvel na frente de ataque, andaram muito perto do segundo, mas foi o Peru, na pior fase, a chegar à igualdade, através da marca de grande penalidade. Guerrero, cada vez mais transformado numa instituição da Copa América, travou Allison e materializou o primeiro golo sofrido por parte do anfitrião.
Só que este Brasil é um poço de frieza. Mesmo numa altura em que o adversário estava confiante com bola, Firmino teve arte para roubar uma bola na primeira fase de construção peruana, Arthur, sempre com critério, colocou a bola no tempo certo e Gabriel Jesus limitou-se a concluir com classe. Guerrero desesperava...
O Peru aguentou, com maior ou menor dificuldade, a pressão do anfitrião e começou a construir o tal futebol de toque curto. Tudo ficou ligeiramente mais fácil após a expulsão de Gabriel Jesus, em mais um excesso de zelo dos árbitros, e a dupla Trauco-Flores, em lances praticamente consecutivos, assustou Allison.
Só que Everton, o resistente depois das mudanças táticas de Tite - Militão fez os primeiros minutos na competição -, estava pronto para ainda criar desequilíbrios junto da defesa cada vez mais desgastada do finalista. Numa dessas jogadas, o jogador do Grêmio foi tocado dentro da área por Zambrano, tendo o árbitro entendido o contacto como irregular. Na conversão, Richarlison não perdoou.
O Maracanã, estádio associado ao falhanço do Mundial em 1950, pôde respirar de alívio e festejar mais um grande título da Canarinha. Um bom presságio para o reinado de Tite, que promete continuar.
O 🇧🇷Brasil é o vencedor da Copa América 2019!! 9.º título da Canarinha na competição pic.twitter.com/HxCGcr4X97
— playmakerstats (@playmaker_PT) 7 de julho de 2019