Alvibranco 25-04-2024, 09:39
Está a decorrer em Portimão o Fórum Nacional de Treinadores e Fernando Santos falou, esta segunda-feira, sobre «Ser Campeão Europeu». O selecionador nacional começou por destacar a importância das individualidades e comparou: Cristiano Ronaldo em Portugal e Lionel Messi na Argentina.
«Temos o melhor do mundo e fomos campeões da Europa, mas a Argentina tem um dos melhores de sempre, que se chama Lionel Messi, e não ganha nada. Estamos mais perto de ganhar se tivermos o melhor ou os melhores, mas individualidades não ganham sozinhas. Se as estratégias dos treinadores forem perfeitas, as equipas terminavam sempre empatadas. As individualidades e a criatividade é que desequilibram. Os rapazes é que estão lá dentro», afirmou Fernando Santos que, mais tarde, reforçou a ideia: «Um dos melhores jogadores do mundo - porque para mim o melhor chama-se Cristiano Ronaldo - de sempre chama-se Messi. E a Argentina... zerito».
O selecionador nacional acrescentou ainda a capacidade de «desenrascar» dos jogadores e dos treinadores portugueses.
«Portugal neste último lote de convocados teve jogadores vindos de várias bases de sistema. Por vezes, passamos duas semanas a preparar treinos e depois no primeiro dia só estão lá 14 e chegam cansados. Disse aos jogadores qual era a estratégia, mas depois há 25 ou 30 por cento que é da criatividade dos jogadores. Mas pensarmos que o jogo vai para aqui ou para ali é uma grande tanga, é tudo filosófico».
«Uma grande diferença entre nós, portugueses, e os outros é que os outros não têm mesmo capacidade para se desenrascar. Quando aquilo não é assim direitinho e está um muro à frente vão contra o muro, começam a bater com a cabeça na parede e não saem dali, não vão dar a volta por outro lado qualquer. Nós saltamos o muro, pomos um gajo às cavalitas, o outro salta e puxa uma corda... temos sempre uma forma de desenrascar. Isso é uma grande característica do treinador português, porque é ser inteligente ver o obstáculo durante o jogo e improvisar. O jogador português tem isso também, ou a maioria dos jogadores. Têm a capacidade de, por eles próprios e em determinados momentos, resolverem o jogo. Também não podemos cortar o barato, como se dizia no meu bairro antigamente. Na realidade, deixá-los fazer, deixá-los criar, deixá-los estar. É isso que pretendemos, e quando temos os melhores isso torna-se mais fácil».
Quem também marcou presença foi o selecionador nacional de futsal, Jorge Braz. O técnico português deixou também uma nota sobre Ricardinho e a mais-valia que é ter o melhor do mundo às suas ordens: «Com dez Ricardinhos safava-me também, mas gosto de ter diferenças».
O Fórum Nacional de treinadores termina esta terça-feira e ainda vai contar com a presença de José Couceiro, José Mourinho, Domingos Paciência, Vítor Pereira, Carlos Carvalhal, Jorge Jesus, Vítor Oliveira, entre outros.