No Principado mora um dos príncipes do futebol português. Rony Lopes tem o mundo aos seus pés. A seleção já bateu à porta, em França já se deliciaram... mas isso não é propriamente uma novidade. Em conversa com o zerozero, o internacional português abriu o jogo e falou de vários temas. Passou pela lesão no início da temporada, andou pelas Quinas, falou da mudança radical (e forçada) dos objetivos do Mónaco e ainda deu um saltinho até Manchester.
Rony tem muito para viver e sabe disso. É um dos talentos emergentes, cumpriu o sonho de representar o país e já jogou num dos clubes mais fortes da atualidade. Mas calma: os 23 anos dizem muito, até porque há sonhos para cumprir.
«Ainda sou muito jovem, tenho apenas 23 anos e muitos objetivos por cumprir. Quero cimentar o meu nome no panorama internacional do futebol e procuro evoluir todos os dias. O meu maior sonho é o de conquistar grandes títulos a nível de clubes e, também, com a seleção portuguesa», começou por dizer.Estava tudo a correr às mil maravilhas. A época 2017/18 fantástica ao serviço do Mónaco não escapou a ninguém, muito menos a Fernando Santos. A chamada à seleção deu-se de forma natural e Rony teve direito a alguns minutos no amigável frente à Croácia. Quando tudo apontava para uma estreia na Liga das Nações chegou uma lesão muscular que borrou a pintura. A confiança, essa, continua em alta.
«Foram tempos muito difíceis, mas sabia que ia voltar mais forte. Sei do trabalho que realizei para voltar a estar em bom nível e de todos os sacrifícios que fiz para chegar bem fisicamente e ajudar o meu clube. Relativamente à seleção, desde que voltei da lesão consegui somar muitos minutos no Mónaco e fazer golos e assistências, por isso acredito que posso merecer de novo a confiança do mister [Fernando Santos]», sublinhou.
«[A Liga das Nações] É um torneio novo, mas entusiasmante, ainda mais por ser disputado no nosso país. Gostava de ser um dos jogadores a ajudar Portugal a levantar o troféu», revelou.
No Mónaco, a influência dos jogadores portugueses cresce a cada ano que passa. Rony é mais um a ganhar cada vez mais protagonismo e a satisfação é total num clube que o tem «permitido evoluir a todos os níveis» e que o «acarinha» imenso. Contra todos os prognósticos, o Mónaco entrou com o pé esquerdo e a presente época tem sido uma autêntica montanha russa. Mas o que falhou ao certo?
«Está a ser uma temporada atípica. As muitas lesões quase em simultâneo e muitas saídas importantes do plantel também fizeram com que chegássemos a uma ponto negativo. No entanto, as coisas estão a melhorar e todo o grupo está focado em alcançar os objetivos propostos pelo clube até ao final da época», reforçou.
«Se há coisa que o futebol me ensinou é que neste desporto tudo pode acontecer. Obviamente que é melhor lutar por títulos e estar nos lugares cimeiros, no entanto, temos de encarar esta mudança como uma verdadeira luta. Temos de estar unidos para ajudarmos o clube a voltar ao lugar que merece estar», afirmou.
Por falar em portugueses... Bernardo Silva. Rony coincidiu com a passagem do atual jogador do Manchester City que tantas recordações boas deixou no Principado. Mas não há qualquer herança pesada.
«Não. O Bernardo é um jogador fantástico, uma pessoa da qual eu gosto muito e fico muito feliz pelo bom momento que ele está a viver no Manchester City. No entanto somos jogadores diferentes, com caraterísticas diferentes. Não sou o substituto dele nem o substituto de ninguém. Não faz sentido comparar jogadores, sejam eles quem forem», atirou.
«Eu vou a Manchester sempre que posso. A minha mãe e o meu irmão continuam a viver lá, portanto a ligação é próxima. Passei um bom tempo e tenho um enorme respeito por todas as pessoas e adeptos do clube. Foi lá que cresci como homem e como jogador e é obviamente um emblema especial para mim. Relativamente ao futuro, sou uma pessoa que pensa mais na sua evolução pessoal e futebolística do que propriamente nisso. Uma coisa é certa: o meu presente é o Mónaco. Eles investiram e acreditam muito em mim. A minha intenção é corresponder com muito trabalho e profissionalismo».
Nesta altura do campeonato, todos os jogos são encarados como finais pelo Mónaco. O momento é bom, as vitórias têm aparecido e o objetivo mantém-se a cada jornada que passa. Esta sexta-feira, Rony Lopes visita a sua «segunda casa». Conhece «o clube e a estrutura» e ainda melhor uma «massa adepta» com quem tem uma «relação muito especial».
De Lille, nada de negativo a apontar. Uma cidade que acolhe cada vez mais portugueses e que está em erupção face à boa campanha de Rafael Leão, José Fonte, Rui Fonte, Xeka e companhia. Houve uma espécie de inversão de papéis com o Mónaco de uma temporada para a outra e Rony garante que todos os cuidados são poucos.
0-1 | ||
Carlos Vinícius 90' |