Que garra, que intensidade e que qualidade deste Atlético de Madrid. A época nem está a ser propriamente perfeita, mas, na primeira mão dos oitavos, os colchoneros responderam à altura, com um triunfo por 2x0 diante da Juventus.
Depois de uma primeira parte algo dividida, o Atlético partiu para uns segundos 45 minutos de grande nível, perante uma Juventus descaracterizada e sem ideias. Com tão pouco futebol...nem Ronaldo faz milagres.
Não, não falamos apenas das paradas dos guarda-redes...A primeira parte do Metropolitano foi, acima de tudo, um manual de rigor e emancipação defensiva por parte das linhas mais recuadas de Atlético e Juventus. As duas equipas procuraram felicidade (durante bem mais tempo o Atlético), mas Godín e Chiellini comandaram organizações intratáveis.
O conjunto colchonero, mais habituado a uma estratégia de contenção e especulação neste tipo de partidas, esteve bastante bem durante a primeira meia hora, travando a organização ofensiva da Juve (e os seus dois maiores perigos, Dybala e Cristiano Ronaldo) e criando um par de lances junto à baliza de Szczesny, que brilhou ao mais alto nível num livre de Griezmann.
A Juve, que entrou com um grande livre de Ronaldo, brilhantemente defendido por Oblak, foi de menos a mais durante os primeiros 45 minutos. O domínio territorial, principalmente a partir da meia hora, pertenceu à formação de Allegri, que, ainda assim, demonstrou alguma previsibilidade no momento de construir lances de perigo. Mas mérito para as defesas, é claro.
A jogar em casa, o Atlético entrou com tudo no segundo tempo, surpreendendo uma Juventus demasiado adormecida e desconcentrada. Em apenas três minutos, Diego Costa e Griezmann andaram muito do golo e se o segundo até teve desculpa, devido aos reflexos do guardião contrário e à fortuna da barra, o primeiro falhou redondamente, sem qualquer oposição, isolado.
É que, em poucos minutos, o Atlético deixou a candidata Juventus à toa. Na sequência de um pontapé de canto, Bonnuci confiou que o contacto fosse suficiente para falta, mas Giménez não foi em cantigas e, de pé direito, fez explodir um Metropolitano ligado à corrente. No meio de tanta euforia, coube a Godín o papel de segundo herói, com uma finalização pouco ortodoxa, na sequência, de novo, de um lance de bola parada, com o novo estádio colchonero, definitivamente, a atingir o Olimpo pela primeira vez em grandes noites europeias.
Ronaldo ainda cabeceou pouco por cima da trave, num dos poucos lances bem construídos pela crónica campeã italiana, mas sair com uma desvantagem de dois golos, depois de tão fraca exibição, até acabou por ser uma notícia relativamente simpática para a Juventus.