Eram três jogos seguidos sem ganhar, a pior fase da época para o FC Porto, mas a série negativa terminou com dois golos sem resposta para o campeão nacional contra uma equipa que luta para não descer. Num jogo em que Danilo Pereira se juntou à lista de lesionados que inclui vários jogadores-chave dos dragões, houve golos de Herrera e Soares em honra do sub-capitão.
Com Militão a voltar ao centro da defesa, ao lado de Felipe, e Pepe a ser relegado para o banco de suplentes, abriu-se espaço à entrada no onze de Wilson Manafá (que grande jogo fez como lateral-direito) e ainda deu para Adrián ter lugar no onze pela primeira vez nesta Liga, depois do golo em Roma, face às baixas no ataque.
Frente a uma equipa também muito desfalcada, o FC Porto começou a exercer o domínio cedo. Controlo total dos acontecimentos, Iker Casillas como espectador, embora com algumas dificuldades na busca de espaços lá na frente e com um futebol algo lento. O regressado Corona foi o primeiro a tentar, com um remate muito desenquadrado que mereceu aplausos pela intenção e foi ele mesmo quem lançou a jogada do único golo de uma primeira metade de sentido único.
Fuga pela esquerda, no espaço por onde costuma andar Brahimi, paciência no um para um com Gustavo Cascardo e atraso para Adrián rematar. Estava lá Vasco Fernandes para travar a tentativa, mas também estava lá Herrera para a recarga de cabeça que Cristiano não conseguiu segurar.
Era o primeiro tiro num Vitória que não mostrava grandes argumentos para travar o líder. O que se seguiu ao golo mostrou isso mesmo: pressão quase constante dos portistas, as cabeças de Soares e Adrián a ameaçarem muito o segundo golo que não chegaria na primeira parte mas não escaparia ao Dragão.
Também nessa primeira parte, no entanto, houve a má notícia do jogo para Sérgio Conceição: Danilo sofreu um primeiro toque, acabou por insistir e continuar em campo mas sucumbiu mesmo e saiu sob um coro de aplausos. Tinha regressado há pouco à competição e chegou agora novo contratempo.
O FC Porto já estava bem por cima no jogo, até se podia queixar de só ter um golo de vantagem, e viu a tarefa ficar um pouco mais facilitada poucos minutos depois do arranque do segundo capítulo do encontro: Éber Bessa a cair na grande área, a levantar-se de imediato com os braços erguidos como que a pedir desculpa ao árbitro mas a não se livrar do segundo amarelo por simulação, que deixava o Vitória FC a correr atrás do resultado com menos um par de pernas.
Estava ainda mais aberto o caminho rumo à baliza de Cristiano. Éder Militão partiu do eixo defensivo para posição de remate a meia distância e viu Cristiano negar a tentativa, Corona viu a bola chegar-lhe redondinha vinda do pé de Manafá mas não aproveitou com a cabeça, coisa que Soares, mais habituado a isto das bolas aéreas, aproveitou na perfeição.
Depois de Cádiz falhar uma de poucas boas ocasiões dos sadinos, num lance de bola parada, Alex Telles cruzou com conta, peso e medida (voltou aos bons jogos neste aspeto ofensivo) e lá apareceu a referência do ataque portista a bater Cristiano e, mesmo com quase meia hora ainda por jogar, a dar a sensação de que tudo estava sentenciado.
Os portistas mantiveram o controlo, andaram a rondar a grande área sadina em busca do golo que daria mais robustez ao marcador mas ficaram-se pelos dois. Numa jornada em que duas outras equipas espreitavam o topo, o campeão vedou-lhes o caminho.