João Henriques entre couves e ananases: «Somos o Rocky Balboa, o Benfica é o Ivan Drago»

O palco já foi rico em frutos e vegetais, e João Henriques fez ainda questão de dar uma conferência cheia de sumo. O treinador do Santa Clara lançou o encontro com o Benfica num local invulgar, o Mercado da Graça, em Ponta Delgada, e fez comparações curiosas, destacando o poderio do Benfica, além de salientar as dificuldades que a equipa açoriana enfrentou na preparação do encontro.

João Henriques no Mercado da Graça, em Ponta Delgada ©Santa Clara

Desde logo, e começando pelo momento que o Benfica atravessa, o treinador disse não acreditar num adversário fragilizado, desvalorizando a ausência de Jonas e estabelecendo uma comparação com as várias ausências na equipa da casa.

«O Benfica fragilizado nunca é, o Benfica pode estar melhor ou menos bem, mas é sempre uma equipa muito forte. Após a saída do Rui Vitória, conquistou três pontos, venceu por 4-2 [frente ao Rio Ave], fez uma exibição convincente, deu uma boa resposta e nós estamos à espera de um Benfica forte, que vai dar novamente boa resposta a estas transições de treinadores».

Sobre Jonas, João Henriques realçou que «é um jogador muito bom, mas faz menos diferença a ausência de Jonas no Benfica do que Thiago Santana, Fernando, Osama Rashid, Martin Chrien, e podia continuar a falar de outros jogadores...».  Refira-se que Santana está lesionado, Fernando rumou ao FC Porto, Rashid está ao serviço da seleção iraquiana e Chrien está cedido pelo Benfica, estando por isso indisponível.

Rocky Balboa e o corta-mato no estádio

O técnico dos açorianos, de resto, estabeleceu uma curiosa comparação entre as duas equipas, indicando como este encontro é visto no seio do clube de São Miguel.

«Costumo dizer que - e não sou só eu que digo, há gente da administração que faz este paralelismo - nós somos como o Rocky Balboa, no Rocky IV, e o Benfica é o Ivan Drago, com as condições todas e todo o poderio. E nós, com as dificuldades que temos, vamos fazer disso as nossas forças, a nossa união, para que o povo açorianos se sinta orgulhoso do nosso trabalho. Sabemos que, com as dificuldades que temos, também temos as nossas armas para fazer o que estamos a fazer. Isso faz com que haja mais entusiasmo por parte das pessoas».

Para aumentar as dificuldades, explicou, houve ainda condicionantes na preparação do encontro.

«Nós temos espaços bons para treinar em Ponta Delgada, mas não são preparados para a equipa de futebol treinar. Vou-vos dar um exemplo: ontem (quarta-feira), o estádio foi ocupado por um corta-mato escolar. O corta-mato foi à tarde e nós tínhamos treino de manhã, mas havia logística para se preparar e nós não pudemos treinar. Somos uma equipa representativa da Região, mas não conseguimos representar da melhor maneira possível, porque nos colocam estes obstáculos todos à frente».