ricardocunha251 25-04-2024, 16:13
Oito anos depois, Portugal está de volta a um EuroVolley e vai terminar a qualificação sem contar com Alexandre Ferreira.
O capitão da seleção nacional foi dispensado devido a uma microrrotura abdominal mal curada e partiu para a Polónia, para recuperar junto do seu clube, o Aluron Virtu Warta Zawiercie.
Em entrevista ao jornal A Bola, Alexandre Ferreira falou sobre a seleção, a sua carreira e as dificuldades que o voleibol atravessa em Portugal, admitindo que, tirando jogadores do Sporting e Benfica, «é difícil viver do voleibol».
Grupo na seleção: «A amizade que nos une faz a diferença. Além de colegas de equipa, somos amigos fora do campo. Formamos um grupo unido»
Qualificação: «Estar na fase final do Europeu era algo que queríamos já muito. E dá um orgulho imenso tê-lo conseguido. Na última vez em 2011, já estava na Seleção mas não viajei, só participava nos treinos. E o que fizemos no passado verão foi algo fora do normal, mesmo. Com um grupo praticamente novo, acedemos à Liga das Nações, onde estão as melhores do mundo e, agoa, ao Europeu. É gratificante»
Experiência na Coreia do Sul: «Evoluí bastante. Treinávamos três vezes por dia. Estávamos fechados num centro de estágio, fazíamos refeições juntos e tínhamos dois jogos semanais. Foram oito meses desgastantes»
Dificuldades na Federação: «As viagens são horríveis, com mil e um transfers para serem mais em conta. Não temos um centro de estágio e o material médico, inclusive, é limitado. Temos um preparador físico, mas não dispomos de todo o material para trabalharmos. Não há patrocionadores, as sapatilhas extra são as que usamos nos clubes que, dados os riscos acrescidos de lesão, nem sempre gostam que joguemos pelo país. Talvez a falta de resultados também não tenha cativado apoios, mas pode ser que mude»
Relação com o irmão no voleibol: «Sabemos separar as coisas. É algo que tento passar aos mais novos. O que fazemos fora do campo é uma coisa, lá dentro é outra»
Início do voleibol: «Na escola, ou jogávamos futebol, ou vólei, depois com o Gira-Vólei [programa da FPV de iniciação ao voleibol] e a entrada do meu irmão na Seleção, a escolha foi natural. Joguei um ano como juvenil do Seia Clube, fui chamado à Seleção de cadetes e não mais parei, apesar de também gostar de ténis, futebool e natação. Confesso que, nas poucas horas livres quero é estar longe do desporto. Prefiro viajar»