Parece não haver antídoto para o FC Porto quebrar a malapata de perder as finais frente ao Barcelona. Os azuis e brancos partiram para a Argentina com o sonho de conquistar a Taça Intercontinental, mas na final, a um minuto e meio do fim do prolongamento, tudo ruiu e foram os campeões espanhóis a levantar o troféu.
Foi a terceira final perdida pelo FC Porto para o Barcelona em 2018 (Liga Europeia, Continental e Intercontinental). A oitava na história das competições internacionais, à qual se pode juntar ainda a derrota na última jornada da Taça Intercontinental em 1983, quando a prova foi disputada por oito clubes em regime de campeonato, tendo o conjunto blaugrana derrotado o azul e branco, conquistando assim a competição.
Em San Juan, no mítico Pavilhão Aldo Cantoni praticamente lotado (mais de sete mil pessoas!), FC Porto e Barcelona proporcionaram um excelente espetáculo de hóquei em patins. Emoção, incerteza, bons golos e boas defesas não faltaram e o triunfo podia ter caído para qualquer lado. Foi mais feliz o Barcelona, que na Argentina deu por finalizado um ano de ouro para o clube, com a conquista da Liga Europeia, Taça Continental, campeonato espanhol pela quinta época consecutiva e Taça do Rei. Só a Supertaça escapou à formação orientada por Edu Castro, por culpa do Liceo da Corunha.
Na final da Taça Intercontinental, marcada também por uma dupla de arbitragem composta pelos argentinos Sergio Insua e Roberto Montiveros que deixou muito a desejar, o Barcelona adiantou-se no marcador por intermédio de Sergi Panadero, através da conversão de uma grande penalidade. No entanto, Reinaldo Garcia e Gonçalo Alves operaram a reviravolta no marcador para o FC Porto, embora a vantagem dos dragões tenha sido sol de pouca dura, pois Pablo Álvarez fez o 2x2.
Esse foi o resultado com que se chegou à segunda parte, na qual Giulio Cocco começou por desperdiçar um livre direto. Mas logo a seguir, Gonçalo Alves também teve um livre à disposição e, apesar de ter permitido a defesa de Sergi Fernández, na recarga introduziu a bola dentro da baliza e colocou os azuis e brancos novamente a vencer.
Mas tal como já havia acontecido no primeiro tempo, os catalães não demoraram muito tempo a reagir e Pablo Álvarez voltou a marcar, empatando a final a 3-3. Entretanto, Carles Grau brilhou ao defender um livre direto de Pablo Álvarez, castigando um cartão azul exibido a Rafa, e o FC Porto, mesmo jogando com menos uma unidade, conseguiu voltar a adiantar-se. Tudo graças a uma boa jogada individual de Gonçalo Alves, que bateu Egurrola (que durante o segundo tempo substituiu Sergi Fernandez) e fez o 4x3.
Pouco depois, Carles Grau voltou a ser decisivo ao não permitir que Pau Bargalló cobrasse com sucesso um livre direto, mas nada pôde fazer para impedir que João Rodrigues assinasse o 4x4, com o internacional português a ser eficaz após a defesa portista lhe ter concedido espaço.
Até final o resultado não voltou a sofrer alterações, mas Carles Grau teve que ser novamente um gigante na baliza, ao defender um livre direto cobrado por Pablo Álvarez. À imagem do que havia acontecido em setembro, na final da Taça Continental, FC Porto e Barcelona tiveram que ir novamente a prolongamento e os guarda-redes brilharam. Primeiro, Carles Grau defendeu um livre direto de Ignacio Alabart e depois foi Aitor Egurrola a impedir que Gonçalo Alves voltasse a ter sucesso também num livre direto.
Com os guardiões em grande plano, tudo indicava que a final da Taça Intercontinental iria ser decidida nas grandes penalidades, mas tal não aconteceu porque Pablo Álvarez conseguiu aparecer sozinho no coração da área do FC Porto e, a um minuto e meio do término da segunda parte do prolongamento, fez o 5x4 final e confirmou a conquista de mais um troféu internacional dos catalães, gerando momentos de euforia entre o Barcelona e de desilusão do lado dos dragões, que, uma vez mais, estiveram perto de colocar um ponto final num jejum de títulos internacionais, que se prolonga desde 1996, quando conquistou a Taça CERS.
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F | 17/12 | 5-4 a.p. | 200' João Rodrigues, 200' Sergi Panadero, 200' 200' 200' Pablo Álvarez; 200' Reinaldo García, 200' 200' 200' Gonçalo Alves |
5-4 a.p. | ||
João Rodrigues Pablo Álvarez Sergi Panadero | Reinaldo García Gonçalo Alves |