Em Santa Maria da Feira, ficou tudo na mesma. Frente a frente, Feirense e Marítimo, dois históricos em ciclos negativos no que aos maus resultados diz respeito. Casos distintos, ainda assim, já que do lado madeirense os tempos são de mudança e de adaptação a uma nova era, a era Petit.
A vitória quase pendeu para formação azul e branca que viu os três pontos a um passo de distância. O problema é que apareceu Ricardo Valente, para produzir uma maravilha nos minutos finais...
Os números não enganam - dois dos piores ataques do campeonato - e a urgência de golo fez-se sentir logo no apito inicial. Nesse capítulo, sinal mais para o Feirense de Nuno Manta que procurou - bem mais que o adversário, diga-se - chegar à vantagem com critério e assumindo o controlo da posse de bola. Edson Farias - hoje na sua posição natural - teve uma oportunidade de ouro logo a abrir graças a uma falha grosseira de Áfrico, mas a finalização saiu da pior maneira possível.
Empolgados por um Tiago Silva forte com a redondinha nos pés, os fogaceiros tentaram remar contra maré. O clímax esteve na fantástica defesa de Amir e, a partir daí, nada de relevante se sucedeu, até porque o Marítimo, durinho e pouco fluído no ataque, não incomodou Caio Secco uma única vez. Jogo cinzento, muito cinzento...
Na segunda parte, os indícios eram de um Feirense novamente superior e Tiago Silva voltou a ameaçar com um remate à malha. Porém, nos minutos seguintes, o Marítimo acordou por alguns instantes. Os jogadores, presos de movimentos até então, soltaram-se em terrenos mais adiantados - Danny mais ativo - e foram empurrando a turma da casa para trás. Correa deu um sinal de aviso, mas os anfitriões voltaram a respirar fundo.
Ao minuto 70, Tiago Silva sofreu e converteu uma grande penalidade para delírio da massa adepta presente. Um prémio merecido, mas que acabou por não saber a nada. É que o Feirense aguentou com tudo... menos com o golo de Ricardo Valente. E que belo golo foi o do extremo.