O regresso ao terceiro escalão do futebol português não desanimou o atacante, que está completamente comprometido com o desafio no Benfica e Castelo Branco. Prova? Basta olhar para os números: 10 golos em 14 jogos.
«O ambiente no clube é muito bom. Só posso deixar elogios às pessoas da Direção bem como a todos os funcionários. A equipa técnica é excelente e o grupo é fantástico! Receberam-me muito bem e isso claro que também é importante para este arranque. Os golos trazem confiança», começa por dizer João Vasco, em conversa com o zerozero.
«Esta fase positiva também se deve muito ao apoio incondicional do meu representante, Nuno Correia, e da minha família que confiaram sempre em mim e nunca me deixaram ter dúvidas das minhas capacidades», acrescenta.
Os casos de jogadores que conseguem dar o salto dos campeonatos amadores para os profissionais são cada vez mais frequentes. João Vasco viveu essa sensação muito recentemente e explica o que mudou no paradigma nacional.«A distância do Campeonato de Portugal para as ligas profissionais já não é tão grande e sinto que os clubes apostam e acompanham cada vez mais este campeonato. Em Portugal temos jovens jogadores com muita qualidade que só precisam de uma oportunidade e só faz sentido esse talento ser reconhecido», aponta.
Depois de Tondela e Gil Vicente, João Vasco regressou ao campeonato que lhe abriu as portas para o futebol profissional e a mudança não está a ser encarada como um «passo atrás».
«Não vejo que seja um passo atrás… Agradeço antes sim a oportunidade que me deram aqui para mostrar o meu valor. Claro que gostava de voltar às ligas profissionais, mas tudo acontece no tempo certo. E se tive de dar este passo era porque tinha de ser e só tenho de continuar a trabalhar», sustenta.
«Objetivos do clube? Só nos pedem dedicação, esforço, muito trabalho, união e encarar cada jogo para ganhar. Não temos nenhum objetivo pontual definido. No final fazemos as contas», revela.
Além da apetência para o futebol, João Vasco tem um gosto especial pelos estudos. O avançado nunca descurou esse lado e no ano passado alcançou o grau de mestre em treino desportivo para crianças e jovens, com a tese ‘Futebol e Saúde Óssea – Estudo comparativo entre futebolistas masculinos adultos e atletas de outras modalidades’, na Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física da Universidade de Coimbra. E não é que teve 19 valores!?
«Os meus pais incentivaram-me sempre a não descurar os estudos. Escolhi um curso [Desporto] com que o qual me identificava e isso também ajudou. Mas não foi fácil. Tive de abdicar de muitas coisas, muitas noites mal dormidas… Mas foi gratificante perceber que tudo valeu a pena e agora não queria ficar por aqui», explica.
«Brincadeiras? Claro… [risos] Por vezes lá me chamam mestre ou senhor doutor. Pegam muito por aí, mas também há aqueles que perguntam o que precisam de fazer para seguir esse caminho e acaba por ser gratificante perceber que posso ser um exemplo para os mais novos», atira.
E João... Ou melhor, Mestre do golo o que gostarias de nos contar daqui a um ano?
«Gostava de dizer que todo este esforço foi recompensado. Era sinal que estava no bom caminho para cumprir todos os sonhos.»