Vai ser em Portugal a primeira final-four da Liga das Nações. Depois de quatro derrotas no Giuseppe Meazza, a seleção portuguesa finalmente consegue sair viva de Milão, capital da moda, e levar consigo o ponto necessário para que a festa não fique para a última. Num jogo com emoção e partes distintas, a Itália foi mais perigosa, mas Portugal foi mais confiante e conseguiu um resultado que sabe a vitória. Saudades da calculadora? Nem por isso...
Cinco minutos, não mais do que isso. Foi o tempo que demorou a perceber que ia ser a Itália a pegar no jogo e a remeter Portugal ao seu meio-campo. Num Giuseppe Meazza atestado de entusiasmo e a empurrar a Squadra Azzurra, à seleção portuguesa não deu para muito mais do que tentar anular as várias oportunidades dos italianos.
Valeu Rui Patrício, com várias excelentes intervenções a impedirem uma vantagem que os italianos justificavam ao intervalo, mas que não conseguiram alcançar. Com uma pressão muito forte na zona medular e com um Verratti a encher o campo, a equipa de Mancini apareceu várias vezes em zona de finalização, num estilo de futebol que começava em zonas interiores quase sempre e que depois se entregava ao espaço que Portugal cedia.
William ainda conseguiu ter bola algumas vezes, Bruma fugiu muito bem após lançado de cabeça por André Silva, Cancelo também foi capaz de se aventurar uma vez... mas foi tudo. De resto, foi uma equipa resignada com o domínio italiana, incapaz de sair da pressão intensa do adversário e, como disse Fernando Santos na véspera, sem saber jogar em contra-ataque.
Do intervalo vieram indicações claras: continuar da mesma maneira iria, muito provavelmente, dar em derrota. E terá vindo também um sinal evidente de que o pulmão italiano não ia durar eternamente no registo a que se assistia. E assim foi.
Ao minuto 64 apontámos o primeiro lance em que Portugal foi de forma apoiada desde a defesa até ao ataque. Não deu em nada, mas deu para perceber que era a hora portuguesa.
As substituições de Fernando Santos foram nesse sentido, nomeadamente a entrada de João Mário, vital para ter bola e para dar mostras aos italianos que teriam de passar também por um período de espera antes do assalto final.
Foi de William a grande oportunidade portuguesa, num pontapé que acabou com defesa formidável de Donnarumma. De resto, houve alguns novos sinais italianos perto do fim, mas já sem a mesma clarividência.
O empate sabe a três pontos e o grupo está ganho! Guimarães vai servir para uma boa comemoração.
Uma prova da falta de alternativas na atualidade futebolística italiana. A equipa de Mancini precisava de ganhar e exibia um futebol capaz de o fazer, mas na altura em que se começaram a fazer as mudanças, o nível de ameaça baixou.