Depois da viagem produtiva a Moscovo e depois de dois adversários na corrida ao título terem perdido pontos, o campeão FC Porto somou um triunfo difícil no regresso a casa, batendo a melhor defesa do campeonato, e igualou o Braga no topo da tabela. Houve muito VAR, vários golos anulados, alguma resistência fogaceira, mas chegou o conforto lá para o final e os três pontos ficaram no Dragão.
As despesas do jogo ficaram quase por inteiro a cargo do FC Porto, frente a um Feirense com pouca margem e poucos recursos para se impôr em zonas ofensivas, e não tardou muito até que a bola rondasse a baliza de Caio Secco. Aliás, cruzou a linha bem cedo, num lance em que Danilo finalizou com classe, mas o árbitro não deixou festejar por muito tempo e anulou o lance.
A acompanhar Danilo no meio-campo estava Óliver Torres, cujas boas exibições relegaram Herrera para o banco de suplentes, e o espanhol dava outras dinâmicas ofensivas na faixa central, enquanto Corona e Brahimi procuravam os espaços nos flancos. O médio participou num livre estudado aos 23' mas foi Corona quem cruzou e Felipe quem atirou para o fundo das redes, dando azo a um grande compasso de espera enquanto o árbitro Rui Oliveira analisava – e eventualmente validava - o lance, que deixou grandes dúvidas face à posição da perna de Mesquita.
Não era uma vantagem que desse conforto, havia nervos em franja nas bancadas portistas e a expectativa de um ataque mais produtivo em bola corrida. Pelo menos, que houvesse a espontaneidade que teve Edson Farias num remate forte em que Iker Casillas se viu obrigado a brilhar. Seguia-se uma leve ameaça de Edinho, num dos poucos momentos em que teve vários apoios nas costas, e a reação portista aos momentos de leve intranquilidade, com Brahimi a acertar na trave depois de Corona se destacar e Marega a não conseguir bater Caio por muito pouco já perto do intervalo.
Era o ínicio da ineficácia, que iria continuar ao longo de boa parte do segundo tempo, com destaque para um lance em que Soares podia bem ter dado segurança no resultado, já depois de o Feirense se ter juntado à onda de golos anulados por posição irregular numa finalização de Sturgeon. Não foi Soares a dar esse conforto, foi o colega de ataque Marega, num lance de insistência com defesa inicial de Caio Secco e o maliano a encontrar um caminho estreito para o golo. Ainda houve mais uma ou outra oportunidade desperdiçada - tanto pelo FC Porto como pelo Feirense - mas estava aberto o caminho para a liderança dos portistas, a par do Sporting de Braga.