Muralha Becker na baliza e um volante com samba no pé

O irmão de Alisson Becker (Liverpool) provou que o sangue de guarda-redes lhe corre nas veias e assinou mais uma grande exibição na Liga NOS 2018/19. 

Salvio (1' e 32'), Seferovic (17'), Gedson (20'), Jonas (48'), Pizzi (52') e André Almeida (91') tentaram bater o guardião de 31 anos, mas este mostrou o seu arsenal e brilhou, com várias defesas de alto nível. A prova de que os níveis de concentração e eficácia de Muriel estiveram em alta durante os 90' foram os vários lances que este anulou... mesmo com o jogo interrompido, por fora de jogo dos avançados encarnados.

Eduardo Henrique é um rookie na equipa de Silas, tendo somado apenas o terceiro jogo com a Cruz de Cristo ao peito. Contudo, sente-se como um peixe dentro de água neste sistema de jogo e ideias do técnico do Belenenses SAD.

Assinou o primeiro golo de penálti (segundo tento da época) e fez uma assistência primorosa para Keita, com um passe imprevisível, em que arriscou furar a zona central, ao invés do previsível passe para a linha. Foi o primeiro orquestrador do ataque azul e esteve muito bem na função de duplo-pivô defensivo, com o colega Lucca. Muita irreverência e cérebro que o canarinho tem para oferecer a Silas.

Depois de ter marcado ao FC Porto (derrota por 2x3) e ao Moreirense (empate 1x1), Keita cumpriu um jejum de quatro jogos, para o quebrar frente ao Amora.

Esta noite, o guineense voltou a marcar e assinou mais um golo frente a um grande. Travou grandes duelos com os centrais do Benfica, nomeadamente com Rúben Dias, e conseguiu levar a melhor. No segundo golo do Belenenses SAD, mostrou inteligência e 'ratice' ao aproveitar o mau posicionamento do jovem central do Benfica.

Tinha Rafa Silva e Álex Grimaldo pela frente, uma parelha que prometia uma noite agitada no corredor de Diogo Viana. No entanto, o lateral português não se amedrontou e cumpriu bem a sua tarefa defensiva. Obrigou Rafa Silva a procurar o corredor central, uma zona bem povoada pelo conjunto de Silas, e ainda se conseguiu aventurar no ataque, aliviando a pressão inicial imposta pelo Benfica.

Nota também para um corte milagroso (16'), em queda, após um remate de Rafa Silva, que levava selo de golo. 

A bola teimava em não entrar e a equipa de Rui Vitória procurou em Rafa Silva, rasgos de génio que pudessem dar golos numa noite cinzenta das águias. 

De forma milagrosa, Diogo Viana roubou o golo (16') e o seu com a baliza também não foi o melhor (55'). Nos capítulos do passe e da tabela esteve em bom plano, mas os seus companheiros não deram o melhor seguimento. Apesar de tudo, foi o elemento do ataque mais esclarecido e agitador.

A passagem de Eduardo Salvio pelo Jamor foi curta (apenas 45 minutos) e promete não deixar saudades ao jogador de 28 anos nem aos adeptos benfiquistas.

No primeiro tempo, a sua exibição contrastou com o seu colega do lado contrário (Rafa Silva). Além de não ter conseguido criar lances de perigo no ataque, também falhou a maior oportunidade de que o Benfica dispôs na primeira metade: falhou uma grande penalidade (32') pela primeira vez, ao serviço do Benfica.

Rui Vitória acabou por deixar o argentino no balneário para fazer entrar Jonas.