Não foi o «futebol champanhe», mas chegou e sobrou para garantir uma vitória importante na Liga dos Campeões. Um triunfo por 1x0 contra o Galatasaray, num jogo em que os dragões mostraram uma grande competência, um grande entendimento do adversário e que sabem ser uma equipa europeia. Marega foi o marcador do golo e mesmo com uma exibição que deixou claras as suas debilidades técnicas, o maliano vai mostrando que é essencial para Sérgio Conceição.
Sem Soares e sem Aboubakar, Sérgio Conceição optou, como era de prever, por um sistema de três médios, com Corona a jogar a extremo direito. Isso deu mais capacidade de combate e de ter bola aos portistas, ainda que, em alguns momentos, se tenha notado falta de presença no ataque.
Do lado do Galatasaray, a ausência de Derdiyok no ataque obrigou a que Fatih Therim a apostar num ataque mais móvel e sem a mesma agressividade.
As duas equipas apresentavam-se num inicial 4x3x3, mas com algumas diferenças. O Galatasaray jogava fixo nessa tática e a equipa estava com pouca largura na frente. Os três homens do ataque jogavam muito por dentro e exploravam bem o espaço entre lateral e central na defesa portista, mais visivelmente pelo lado esquerdo de Alex Telles. Já o FC Porto tinha um 4x3x3 muito dinâmico. Alternava de força rápida e positiva para o 4x2x3x1 ou para o 4x4x2, com Otávio ao lado de Marega.
E é sobre Marega que temos de falar, pela negativa, na primeira parte. Por mais do que uma vez se notou que o avançado não pode (ou deve) jogar sozinho na frente. Falta-lhe técnica e alguma «espertice». O lance mais visível deu-se quando foi lançado por Brahimi e, isolado, foi-se atrapalhando até tentar servir um colega de forma deficiente. Por outro lado, Corona ia dando vida ao ataque azul e branco e no melhor lance da primeira parte fintou vários adversários para servir Brahimi. Valeu ao Galatasaray o guarda-redes Fernando Muslera.
Apesar do maior controlo, o FC Porto acabou a primeira parte a sofrer e a agradecer o facto de Iker Casillas ter ficado mais um ano. Negou aos isolados Nagatomo e Sinan Gumus (este último isolou-se após um erro de Otávio) e manteve o 0x0 até ao intervalo.
O Galatasaray nunca conseguiu reagir de uma forma constante à vantagem do portista. Teve alguns lances de perigo, especialmente em bolas paradas e em alguns espaços que Garry Rodrigues encontrava nas costas da defesa. Apesar de alguns sustos, via-se que o FC Porto estava minimamente confortável no partida.
Vamos reservar mais um paragráfo para Marega. O avançado saiu do jogo como o homem destaque, ao apontar o golo da vitória, mas já perto do fim voltou a mostar que tem debilidades que não lhe permitem ser o único ponta de lança do FC Porto. André Pereira isolou-o e o maliano atrapalhou-se na hora do remate e não conseguiu marcar. Seja como for, Marega terá o mérito do golo e continua a ser mestre na exploração da velocidade e dos espaços nas costas das defesas.
A deslumbrar ou não, o certo é que o FC Porto já lidera o grupo da Liga dos Campeões e cumpriu o que tinha de cumprir em casa. Arrecadou milhões, dedicou a vitória a Aboubakar e somou pontos. Em suma, uma noite totalmente positiva na Europa.