A lógica e a diferença de forças podia sugerir um jogo bem mais tranquilo, mas foi com muitas dificuldades na finalização e alguma sorte à mistura que o FC Porto ganhou a um Tondela que defendeu como pôde e quase nada conseguiu fazer na frente. Outra vez longe de muita qualidade futebolística, os dragões conseguiram o mais importante e somaram três pontos que os colocam à frente do Benfica em vésperas da ida à Luz.
Cedo se começou a perceber que o FC Porto ia apresentar a sua versão mais acelerada para chegar rapidamente à vantagem. Cedo se percebeu que o Tondela ia sofrer e passar por grandes dificuldades. E cedo se percebeu que este seria daqueles jogos em que a ansiedade e o nervosismo dos adeptos iam ser postos à prova.
Uma oportunidade por Brahimi, outra por Aboubakar, depois Marega, mais Aboubakar (escandalosa!), Sérgio Oliveira ao poste... A primeira parte, mesmo sem ser de sentido único, foi de exclusividade de perigo numa das balizas: a de Cláudio Ramos, o melhor em campo nesse período, a disfarçar as várias debilidades da sua defesa.
Por isso, foi preciso mais. Defrontar o Tondela não estava fácil no jogo interior - Brahimi e Otávio raramente fizeram os seus movimentos típicos e a equipa ressentiu-se disso - muito por causa da boa ação de Bruno Monteiro e Hélder Tavares. Se bem que, ofensivamente, os passes de rutura também não saíam aos beirões, razão para a noite tranquila de Casillas.
Sérgio Conceição foi, portanto, ao banco à procura de novas soluções. Levou para o campo Corona, com a sua tendência vincada para o cruzamento na linha de fundo - e foi imediatamente isso que fez, para a cabeça de Aboubakar, que se lesionou no seguimento do choque com um adversário. Levou também Tiquinho Soares, num regresso saudado pelos adeptos, mas que pouco acrescentou.
E, se na primeira parte o que faltou foi a eficácia ao FC Porto, no segundo tempo o andar do relógio fez com que a equipa se distanciasse da zona de finalização. O técnico correu riscos e partiu a equipa, que permitiu mais espaço ao Tondela para contra-atacar. O que não foi feito com grande sucesso, diga-se.
Aconteceu, pois, com alguma sorte à mistura, com a insistência de Brahimi e a finalização de Soares, a aproveitar um erro de Cláudio Ramos, que tanto de bom tinha feito até então para a sua equipa.