Se, por vezes, os jogos da Taça da Liga são olhados com desconfiança e pouco interesse, o de Alvalade tem um ingrediente especial. O Marítimo visita o Sporting e na sua comitiva há um regressado. 13 anos depois, Danny volta ao Estádio de Alvalade.
A carreira de Danny já vai longa e a passagem pelo Sporting já faz parte de um passado cada vez mais longínquo. A 4 de janeiro de 2005, Danny fazia o último jogo pelos leões. O madeirense entrou na segunda parte do encontro com o Pampilhosa, para a Taça de Portugal, antes de se transferir para o Dinamo de Moscovo. O treinador era... José Peseiro.
Formado no Marítimo, Danny chegou ainda jovem a Alvalade, onde tardou a encontrar espaço. Os leões acabaram por cedê-lo ao emblema madeirense, onde se voltou a destacar regressando ao terreno do leão. Mas o regresso não foi o pretendido e apenas meia época depois Danny começava uma longa carreira pelo campeonato russo, que só terminou em 2017, com a saída para o Slavia de Praga, da República Checa.
Em 13 anos, a carreira de Danny foi feita de mais altos do que baixos. Num Dinamo de Moscovo com muita influência portuguesa - Nuno Espírito Santo, Jorge Ribeiro, Frechaut, Maniche e Luís Loureiro - e ainda com jogadores vindos de Portugal, como Enakarhire ou Derlei, Danny foi um dos principais destaques e um dos últimos sobreviventes (quando saiu, o único português era Custódio). O impacto na liga russa foi tal que, em 2008, o Zenit pagava 30 milhões de euros pela sua contratação, na altura a transferência mais cara no futebol russo.
Apesar do destaque que estava a ganhar na Rússia, a estreia pela seleção surgiu apenas após a transferência para o Zenit, que lhe trouxe uma maior visibilidade e onde o seu impacto se tornou maior. Em 2010, conseguiu marcar presença no Mundial da África do Sul. Depois disso continuou no radar da seleção, mas uma lesão grave no joelho direito foi-o deixando de fora das contas de Fernando Santos (falhou o Euro 2016).
O tempo foi passando e Danny acabou por deixar o Zenit com estatuto de lenda do clube. Na República Checa acabou por não conseguir o campeonato, mas regressou a Portugal com a Taça da República Checa e como um jogador diferente. No futebol de Cláudio Braga, é notório que Danny causou um impacto imediato.
A jogar em terrenos mais centrais do que no passado, é-lhe dada liberdade para comandar o jogo madeirense e Danny tem feito isso como poucos. Aos 35 anos, o internacional português mostra que ainda tem muito para dar ao seu Marítimo. No reencontro com o antigo clube e com o ex-treinador haverá tempo para os abraços, mas as demonstrações de carinho deverão ficar por aí...
3-1 | ||
Raphinha 26' Bruno Fernandes 54' (g.p.) 63' | Jorge Correa 61' |