Foi um FC Porto sempre em crescendo aquele que venceu a Supertaça Cândido de Oliveira, no Estádio Municipal de Aveiro. Perante um Desportivo das Aves com bons princípios e a fazer uma boa primeira parte, viu-se um dragão ainda sem a chama da temporada passada, mas viu-se uma equipa inteligente taticamente. A vitória por 3x1 reflete o que se passou em Aveiro e deixa uma imagem de uma equipa que ainda tem muito para crescer, mas que já está a um bom nível.
Sérgio Conceição não tinha Marega e no seu lugar colocou André Pereira. Um avançado que tentou ser móvel e que, mesmo sem ter brilhado, mostrou que pode ser solução. Já a equipa de José Mota apostou naquilo que melhor sabe fazer: Meio-campo intenso e velocidade no ataque.
Só que a má entrada do FC Porto ia-se agravando, sendo que o Desportivo das Aves soube bem aproveitar a falta de acerto azul e branco. Com três jogadores no meio-campo muito intensos e com os dois extremos bem abertos, o Aves foi conseguindo sempre encontrar espaços e momentos para ter os seus ataques. Acabou por não ser uma total surpresa quando a equipa da Vila das Aves chegou ao golo. Uma insistência após um canto, uma bola perdida à entrada da área e uma bomba de Falcão que bateu Casillas.
O golo foi uma espécie de toque de despertador para a equipa de Sérgio Conceição. Otávio deixou de ser o extremo direito que não é e passou a dar a profundidade na direita a Maxi Pereira e a André Pereira. Isso deu ao FC Porto mais capacidade de ter bola no meio e depois apareceu Brahimi. Ao seu estilo, o argelino inventou o golo do empate, juntamente com Aboubakar.
A mudança na estratégia estava a funcionar e mesmo com a contínua desinspiração de Sérgio Oliveira, o FC Porto não tirava o pé do acelerador. O Aves mantinha a capacidade de jogar perto da área dos dragões e até teve uma grande oportunidade apenas negada por Casillas, mas os portistas eram senhores do jogo. A saída de Brahimi por lesão retirou alguma força na reta final da primeira parte, mas já perto do final Felipe teve tudo para fazer o 2x1.
Os extremos da equipa da Vila das Aves praticamente não se viram e o FC Porto foi sempre capaz de controlar o jogo com bola. Mesmo depois da expulsão de Sérgio Conceição (protestou uma falta clara sobre Herrera à entrada da área), os dragões souberam manter a organização e o controlo do jogo.
Do lado esquerdo não havia Brahimi, mas do lado direito apareceu Otávio e especialmente Maxi Pereira. Foi por esse flanco que surgiram os lances dos dois golos portistas. O primeiro por Maxi Pereira, após uma grande jogada entre o lateral, Otávio e Sérgio Oliveira, e depois o 3x1 por Corona, com Óliver a abrir da direita para o meio de onde o extremo fez um grande golo.
Cedo na segunda parte se percebeu que o Desportivo das Aves dificilmente teria capacidade para incomodar Iker Casillas e os golos foram o confirmar de uma boa segunda parte do campeão nacional e de uma vitória que acabou por ser natural.
Este não foi o FC Porto da temporada passada, especialmente no ataque, mas foi um FC Porto capaz de dominar na segunda parte. A defesa do título começa para a semana.