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O sonho chegou ao fim, mas a aventura russa, terminada nas meias-finais, poderá ter sido apenas o princípio de uma boa era para o futebol inglês, ávido de vitórias e de presenças nas fases decisivas dos maiores torneios. Estes foram parte dos sentimentos partilhados por parte da crítica britânica, que olha para um futuro risonho aliçercada num presente bem mais estável do que tem sido hábito.
Mais do que a qualidade tática, do sistema relativamente inovador tendo em conta o passado recente da turma dos três leões, Southgate foi quem entrou nas bocas do futebol inglês. O selecionador, apresentado como interino depois do escândalo de Allardyce, convenceu o mais exigente do adepto britânico, numa aposta que, tendo em conta o bom trabalho das seleções jovens do país, fez mais do que sentido.
Equipa | Média (anos) |
---|---|
França | 26 |
Croácia | 27 |
Inglaterra | 26 |
Bélgica | 28 |
Uruguai | 28 |
Rússia | 28 |
Suécia | 28 |
Brasil | 28 |
Habituado a constantes desilusões nas fases finais, a Inglaterra surgiu no Mundial com outra disposição mental, acabando no melhor resultado dos últimos 28 anos. Para Southgate, um dos últimos a conseguir estar com a seleção dos três leões nas fases derradeiras das grandes competições, acaba por ficar o sabor amargo, mas a realidade deve dar alento aos britânicos: afinal, a Inglaterra foi, juntamente com a França (esta também habituado aos títulos jovens recentes), a quartofinalista mais jovem desta edição do Mundial.
O assunto já mereceu análise e, na ressaca da eliminação, há um dado para recordar no que ao futuro do futebol britânico diz respeito. As seleções jovens de Inglaterra têm monopolizado o futebol jovem mundial, com três títulos assegurados (títulos mundiais de sub-17 e sub-20 e título europeu de sub-19) e uma meia-final perdida nas grandes penalidades (europeu de sub-21). Pickford, Lingard, Arnold e Rashford são alguns dos precursores desta nova vaga, mas há uma mão cheia de talentos pronta a brilhar nos Europeus e Mundiais seguintes.
Foden, que já foi elogiado por Pep Guardiola, Sessegnon, que tem sido alvo do interesse dos gigantes da Premier, e Sancho, que já dá os primeiros passos no Dortmund, são os talentos mais badalados, sendo que há ainda os casos de Solanke e Tom Davies, jovens que já despontam nas duas grandes equipas da cidade dos Beatles e que, pela competição que trazem nas pernas, estão numa linha da frente.
É certo que o futebol, para mal dos ingleses, não está de regresso a casa. A Inglaterra, depois de 1966, continua sem chegar ao jogo decisivo, mas, quando voltar, o país futebolístico terá uma base importante, jovem e pronta a receber mais do bom talento que é trabalhado nas academias. É que os mais novos vêm com hábito de vitória...