Mas nada como começar pelo... início. Onde e como surgiu a paixão de Gabriel por um desporto que projeta o nome do nosso país além-fronteiras? Ninguém melhor que o próprio para fazer esta viagem com o zerozero.
«A paixão pelo futebol é algo que vem desde que me recordo, creio que surgiu bem cedo. A paixão pela área técnica foi algo que foi surgindo gradualmente, ainda quando jogava. Sempre senti uma vontade diferente de perceber o jogo, o seu sentido e sobretudo a forma metódica como este se organiza e processa. A partir daí senti a necessidade de estudar e aprender mais sobre o fenómeno», recorda Gabriel, em conversa com o nosso portal.
Estudou e teve a primeira experiência como técnico nas camadas jovens do Luso Morense, clube da cidade natal, e no União de Montemor, ainda antes de partir para a primeira aventura no estrangeiro, com apenas 25 anos, imagine-se, no Sporting de Goa, na Índia, onde foi treinador dos sub-18 e adjunto da equipa principal.
Após a viagem para o continente asiático, seguiu-se o regresso à Europa. O Nea Salamis, de Chipre, foi o passo seguinte.
«O Chipre social e culturalmente é um país próximo daquilo que temos no nosso país. O futebol é vivido também com uma paixão intensa. Pessoalmente, sendo a minha primeira experiência numa primeira liga europeia, um dos objetivos por mim definidos anteriormente, as recordações são muito positivas. Desportivamente, os objetivos foram atingidos com sucesso e no fundo, esse foi o indicador mais positivo», analisa.
Na temporada passada, Gabriel Pinto aceitou o convite para acompanhar António Conceição no Penafiel. O jovem técnico (ainda) tem dificuldades em digerir a forma como tudo aconteceu no emblema penafidelense.
«A equipa praticava um futebol positivo, agradável. No entanto no início do campeonato tivemos algumas contrariedades, tivemos também a falta de uma pontinha de sorte, nomeadamente quando sofremos o empate na Choupana, frente ao Nacional ao minuto 89, empate caseiro frente ao Famalicão com um golo sofrido aos 92, que abalou a confiança e a crença da equipa e depois de alguns resultados menos conseguidos, acabámos por terminar prematuramente a ligação ao Penafiel», prossegue.
«O Penafiel é um histórico do futebol português. Um clube humilde, de gente humilde mas genuína, com valores muito próprios com os quais me identifico. Foi sem dúvida um orgulho ter representado o clube», remata.
O próximo passo passa pelo regresso ao estrangeiro. Dibba Al-Hisn será a casa de Gabriel Pinto na próxima época.
«O convite surgiu através do Ricardo Derriça Pinto que trabalha há algum tempo no mercado local, que já trabalhou com o treinador atual do clube e que foi incumbido de encontrar alguns elementos-chave que dotassem o staff técnico de outra capacidade ao nível do processo de treino. O clube tem as expectativas altas, com o objetivo bem definido de ficar nos lugares cimeiros da tabela classificativa, ambição essa que me motivou a escutar e a decidir pelo projeto», explica.Com larga experiência como treinador adjunto, apesar dos seus 28 anos, impõe-se a pergunta: para quando uma aventura como treinador principal?
«Sinto-me confortável na função de treinador adjunto porque as principais tarefas da função enquadram-se totalmente naquilo em que me sinto útil e competente. Portanto neste momento não penso de todo em assumir um projeto como treinador principal», justifica.