jsilva77 24-04-2024, 02:08
Objetivo cumprido. Dois anos depois, o Farense está de volta à Segunda Liga. No passado domingo, a equipa algarvia conquistou o objetivo pelo qual lutava desde o início da temporada e, ainda que haja uma final para disputar, já se pensa na próxima época e naquilo que o Farense pode fazer neste seu regresso aos campeonatos profissionais.
Desde 2016 muita coisa mudou, mas focamos atenções no mais importante. As lágrimas de 14 de maio de 2016 foram substituídas pelos sorrisos a 27 de maio de 2018. O zerozero esteve em Vila Franca de Xira e assistiu a mais um passo para o reerguer de um clube que, na opinião de muitos, «faz falta aos escalões profissionais.» Com o passar dos minutos fomos percebendo porquê e contamos-lhe um pouco daquilo a que assistimos, fazendo uma retrospetiva do que foi a época do emblema algarvio.
Depois de ter falhado a subida de divisão na época anterior, a aposta do Farense foi no sentido de evitar passar mais uma temporada no Campeonato de Portugal. A estrutura do clube fez mudanças cirúrgicas no plantel, mantendo parte da estrutura da época anterior. Os algarvios continuaram a dar primazia à experiência e acrescentaram jogadores que pudessem fazer a diferença.
Jorge Ribeiro, Neca e Livramento são figuras óbvias de uma equipa que sabe o que é vencer e chegar aos patamares mais altos do futebol, por isso continuaram com o Leão de Faro ao peito. Luís Zambujo juntou-se a esses três nomes e veio com jovens que durante a época marcaram a diferença. No banco continuou Rui Duarte e a aposta revelou-se certeira.
30 jogos, 26 vitórias, três empates, uma derrota, 66 golos marcados e apenas 12 golos sofridos. Os números falam por si. A equipa de Faro foi de uma regularidade impressionante e a aparente facilidade com que venceu a Série E fez com que muitos desvalorizassem a época que os algarvios vinham a fazer. O 'play-off' demonstrou que esta era uma equipa preparada para vencer, independentemente da equipa que tivesse de defrontar.
O formato do Campeonato de Portugal foi (e ainda é) bastante discutido. Uma equipa que vencesse todos os jogos da fase regular poderia cair nos quartos de final do 'play-off' e continuar mais uma época no Campeonato de Portugal, por isso não havia tempo para descansar e o sorteio deixou em alerta o Farense.
O Felgueiras tinha passado por vários desafios ao longo da época e o sorteio ditou um confronto entre duas equipas moralizadas e com massas adeptas vibrantes. Dizia-se que este era o primeiro verdadeiro desafio para o Farense e a verdade é que, olhando para os resultados da equipa de Rui Duarte, o Felgueiras foi mesmo um osso duro de roer - os algarvios voltaram a perder, 16 jogos depois.
Com seriedade e responsabilidade, o Farense foi ao Campo do Cevadeiro com a consciência de que um golo resolvia a questão. Os seus adeptos, fiéis durante toda a temporada, deram mais uma demonstração de união com a equipa e esgotaram todos os bilhetes disponíveis para a partida.
Depois de uma primeira parte de nervos, a possibilidade de perder esta oportunidade de subir de divisão não estaria na cabeça do mais pessimista dos adeptos. Ainda assim, o Farense foi à procura de tirar esse ligeiro peso de cima. O golo de Nuno Borges (ou André Vieira, fica a dúvida) foi um respirar fundo para toda a cidade de Faro. Já não ia fugir.
Os de Vila Franca caíram ao chão (mais tarde viriam a levantar-se, com a ajuda dos seus adeptos que apoiaram para lá do último apito da época), os de Faro exaltaram todas as suas emoções e a invasão de campo foi uma questão de segundos... poucos segundos.
A subida de divisão pôde, finalmente, ser festejada, ainda que os festejos tenham ficado manchados por confrontos que podem ser vistos no vídeo acima. As manchas desse momento vão desaparecer, tal como desapareceram as da descida há dois anos, mas esta subida vai ficar para sempre na memória daqueles que, ao longo de uma época, tiveram um único objetivo e jogaram com ele sempre na mente: subir de divisão.
Os leões de Faro estão de volta!
1-1 | ||
David Moura 79' (g.p.) | André Vieira 69' |