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    As sensações do dia que o Dragão há muito esperava

    Conceição El Profesor do assalto e “o penta xau, xau, xau”...

    *com Sérgio Velhote

    Começou na noite anterior. No hotel onde a equipa estava hospedada, depois no outro hotel, para onde teve de ir por causa do incêndio. Em Famalicão. Em Vila Real. Em Felgueiras, Aveiro ou Viseu. Um pouco pelo país. E muito nos Aliados, o coração da festa azul e branca.

    Foi dura e pesada a noite, mesmo para os próprios jogadores - Conceição contaria mais tarde que alguns só às 6h da manhã se deitaram. Raro para um jogador profissional, embora mais do que justificado.

    Ainda assim, a grande festa ia ser esta.

    No estádio, ao seu redor, em comunhão entre equipa e adeptos, com 90 minutos pelo meio que, sendo os menos importantes da época, eram «para ganhar», como sempre. Uma prática que, muito mais do que dita, voltou a ser sentida este ano. Sérgio Conceição foi o grande impulsionador.

    ©Catarina Morais / Kapta +
    Porque é que o título o designa como El Profesor? Acreditamos que certamente percebe a alusão, se já tiver visto a série que anda nas bocas de toda a gente. La Casa de Papel, a história de um assalto à Casa da Moeda, em que há uma espécie de arquiteto do magistral movimento. Como aqui houve. O assalto ao título foi muito cedo definido como prioridade máxima e o seu estratega foi o técnico. Mais exigente, mais explosivo, menos compassivo e igualmente meticuloso, Sérgio Conceição acumulou características de liderança de um grupo de assaltantes famintos, não por dinheiro, mas por sucesso para um clube a panicar por tão estranho hábito de não ganhar.

    Artérias entupidas

    No nosso caso, a equipa de reportagem do zerozero foi muito menos cuidadosa do que os assaltantes ou do que os homens de Conceição. Pelo facto de já ter havido festa rija na véspera, pensaríamos nós que fosse gradual e em crescendo a afluência ao estádio. Errado. Foi muito tempo sem a habitual festa de campeão. Por isso, os portistas rapidamente encheram as imediações do recinto, invadiram as redondezas do estádio e entupiram os acessos.

    A pé, já com o carro a quilómetros, foi possível sentir. Era um ambiente de alívio, um sentimento de descarregar de tensão, de libertação da dor de quem ama ganhar e não o faz.

    Se muitos festejaram sob esse pressuposto, quase nostálgico, de fazer algo que foi tradição nas últimas décadas, outros, mais pequeninos, fizeram-no de forma quase inédita. Não é costume ouvir de um adepto do FC Porto uma resposta negativa quando a pergunta é se se lembra do último título. Desta vez, isso aconteceu, e o seu cariz de estranheza é sintomático quanto à dimensão adquirida desde a década de 80.

    Benfica nas bocas do dragão

    Se viu imagens e vídeos da festa azul e branca por estes dias, já está a par do novo cântico dos adeptos do FC Porto. Adaptando o refrão de Bella Ciao, música que virou moda com a tal série, o cântico portista diz: «Chora o Vitória, chora o Vieira, e o penta xau, penta xau, penta xau, xau, xau”.

    ©Catarina Morais / Kapta +
    E, brincadeiras à parte, está também aqui um pouco do sentimento portista esta época. A possibilidade do pentacampeonato ser conseguido pelo Benfica, igualando um feito só conseguido pelo rival nortenho, representava, muito mais do que cinco anos sem ganhar, uma afronta à cultura de vitória portista e, sobretudo, uma demonstração de grande força dos encarnados. Por isso, foi também muito o alívio a tomar conta do consciente azul e branco: era importante ganhar e fundamental não deixar ganhar o grande rival.

    Também por aí se explica que, em jeito de retaliação, muitas tenham sido as músicas alusivas ao Benfica, antes, durante e depois. Mais do que o normal. Não há que o negar e os portistas admitem-no de forma cabal: ganhar é tão importante como o Benfica não o conseguir. É um facto e, pelas gentes do Norte, o habitual é que os factos sejam ditos. Até porque, como diz o lema de ocasião do clube, «todo mundo tenta, mas só o Porto é penta». Era uma questão do próprio orgulho.

    Desfile de atores

    El Profesor já tinha o assalto concluído com sucesso, mas ainda havia umas últimas movimentações a fazer. Todo o cuidado era pouco. Ou, se preferirem, Sérgio Conceição não facilitou um bocadinho que fosse na escolha dos 11. Porque, perante os adeptos, era fundamental vencer, mesmo já não sendo preciso. Se foi sempre assim, para quê mudar?

    ©Catarina Morais / Kapta +
    Então, foram os melhores para o campo. Ou quase todos. Felipe, qual Helsínquia, não pôde acompanhar Oslo (Marcano) desta vez. Mas houve o enorme virtuosismo e a capacidade de assumir o jogo e a equipa pelo Berlim deste FC Porto: Brahimi. Houve também o grito de Nairóbi, espelhado no golo de Sergio Oliveira, a sobriedade de Moscou em Casillas, uma vez mais, e a emotividade ingénua (no bom sentido) de um jovem como Rio em novos campeões como Dalot ou Gonçalo Paciência. Ainda podíamos ir à sensualidade de Tókyo ou ao riso de Denver. Mas se calhar ficamos por aqui...

    E voltamos à festa no palco, que foi bela. O calor deixou os casacos em casa e o Dragão apresentou-se muito mais claro, a fazer brilhar o branco das camisolas nas bancadas, que passaram a época escondidas atrás dos escuros agasalhados. Muito mais bonito assim.

    El Profesor Conceição continuou a ser aclamado. Depois das frases a abrir, recebeu a ovação mais estrondosa da segunda parte, numa altura em que uma das claques ia cantando individualmente para os jogadores - alguns com melodias bem consolidadas, outros com bons ensaios para o futuro.

    Foi pena a impossibilidade de estarmos na relva em reportagem durante a festa pós-jogo. O trabalho do jornalista é informar, transmitir sensações e intermediar uma mensagem que faz sentido que chegue nas melhores condições possíveis ao seu público, dai o reparo, que é transversal em festas de conquistas atualmente e que partiu da organização do jogo (Liga) e não do clube (FC Porto), segundo nos disseram.

    Valeu mais tarde, já depois das conferências (onde a maior notícia foi não ter havido banho ao treinador), no captar de boas imagens de excelente moldura humana que se aglomerou na Alameda para ver a celebração dos jogadores no exterior do palco.

    Marega (sim, falta falar de uma das estrelas da noite) foi dos mais aclamados e, por mais que apresente defeitos técnicos, concretizou uma das maiores inversões de empatia que o futebol português já conheceu.

    Ele e... Herrera. Não o conhecemos de forma pessoal, mas as palavras variadas sobre o capitão azul e branco são caracterizadoras de uma personalidade ímpar, que fez dele um líder inquestionável para Sérgio Conceição. E quem o via há um ano...

    A Herrera, a Marega, a Sérgio Conceição, a Sérgio Oliveira. Ao FC Porto.

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    Comentários

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    motivo:
    HH
    Casa de Papel
    2020-05-05 19h17m por hht
    Realmente, depois de um roubo( e este ano mais do mesmo), só podia ser personificado o titulo com a casa de papel.
    NM
    desafio. . .
    2018-05-07 23h20m por nmrp
    encontrem uma crónica/reportagem ou notícia do titulo do porto sem falar em penta!

    Nunca me lembro de ter visto nada assim. . .
    HA
    plantel próxima época
    2018-05-07 19h54m por Halibut
    marcano e reyes não renovando. . .

    casillas e maxi ficando. . .

    ricardo provavelmente saindo. . . .

    casillas
    telles
    maxi ou dalot
    felipe, CENTRAL (reforço)
    danilo
    herrera
    brahimi
    extremo (reforço)
    marega
    aboubak ar

    para mim esta teria que ser a base do plantel, mas acho que mesmo assim tanto brahimi como herrera podem muito bem sair, são jogadores já com alguma idade, alguns anos no porto, ou saem já ou depois dificilmente são vendidos por bons números.
    e_toupeirinha
    2018-05-07 19h29m por tripeiroFCP
    os melhores ativos do porto sao

    alex telles
    danilo
    ricardo pereira
    marega


    brahimi so temos 50%

    o resto n deve sair ninguem
    e_toupeirinha
    2018-05-07 18h59m por tripeiroFCP
    pelo que sei a clausula do ricardo era de 25 ate dezembro agora é 37. 5M
    HA
    saidas
    2018-05-07 18h06m por Halibut
    a provável renovação já com o aval do sérgio conceição por maxi pereira pode dizer algo, o ricardo pereira vendemos por 25 milhões sem problema nenhum. . .

    ainda temos boly, chidozie, omar, mikel, adrian, quintero, layun, hernani que à partida não contam, e podem dar pelo menos mais 30 milhões. . .

    ou seja, mesmo saindo marcano e reyes e acreditando que o casillas continua, apenas teríamos que ir ao mercado por 1 bom central e + 1 extremo, de preferênc...ler comentário completo »
    E_Toupeirinha
    2018-05-07 15h07m por ovascoepanuco
    A cláusula do Ricardo é de 37, 5M
    jogos históricos
    U Domingo, 06 Maio 2018 - 20:15
    Estádio do Dragão
    Luís Godinho
    2-1
    Sérgio Oliveira 37'
    Yacine Brahimi 59'
    José Valencia 90'

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