A AD Camacha viu no passado domingo confirmado um cenário que temia. A derrota por 3x1 diante do Coimbrões levou o clube madeirense a descer aos distritais, 27 anos depois. Celso Almeida, presidente do clube, teceu duras críticas a Maniche, ex-internacional português que em agosto de 2017 informou que iria ser investidor do clube.
No comunicado emitido no Facebook oficial do clube, o presidente do Camacha acusa Maniche de «compromissos» que «não foram integralmente cumpridos» e que causaram instabilidade no grupo, levando a um dos «momentos mais tristes da história» do clube, a descida aos campeonatos distritais.
Na nota divulgada esta segunda-feira, Celso Almeida revela, ainda, que a AD Camanha invocou o «incumprimento contratual» e explicou que não tornou a decisão pública «para proteger a equipa de futebol sénior evitando que se agravasse o ambiente de instabilidade».
Leia o comunicado na íntegra:
A Direção e todos os órgãos sociais da Associação Desportiva da Camacha, complementando a ação do Estado na promoção da cultura física e do desporto, dando especial atenção à formação humana e integração social, desenvolveram, sempre, um trabalho responsável de organização interna, rigor e equilíbrio financeiro, crescimento e estabilidade desportiva, no qual foram lançados os alicerces para um projeto futuro, legitimamente ambicioso, no futebol sénior, que ganhou forma em agosto de 2017, com a celebração de contrato que, ainda antes da constituição de uma Sociedade Anónima Desportiva (SAD), permitia a entrada de novo parceiro, português, figura do futebol nacional e internacional, que manifestava preocupações sociais e se apresentava com disponibilidade para a gestão desportiva e investimento financeiro, para respeitar a grandeza da instituição, os seus ativos humanos, a sua verdadeira história e a da terra onde pela primeira vez se jogou futebol em Portugal.
A verdade, porém, é que os compromissos assumidos publicamente com a Associação Desportiva da Camacha não foram integralmente cumpridos, num percurso de grande instabilidade e ausência que, para além do mais, prejudicou decisivamente o desempenho desportivo, dando lugar a uma inédita descida de divisão da equipa de futebol sénior que há mais anos permanecia neste patamar do futebol português.
A situação tornou-se de tal modo insustentável que a Associação Desportiva da Camacha, formalmente, invocou, expressamente, o incumprimento contratual, optando por não tornar pública essa decisão apenas para proteger a equipa de futebol sénior, evitando que se agravasse o ambiente de instabilidade.
Neste momento, um dos mais tristes da história da Associação Desportiva da Camacha, a Direção dirige-se a todos os sócios e simpatizantes para dizer que agora é tempo de refletir e pensar o futuro, num processo em que todos aqueles que vivem a instituição, a freguesia e o concelho, terão de se envolver, tudo isto sem nunca deixar de responsabilizar aqueles que, não honrando compromissos assumidos e contratos celebrados, contribuíram decisivamente para um dos piores e mais dolorosos episódios da nossa história.
Camacha, 16 de abril de 2018
O Presidente da Direção,
Celso António de Almeida e Silva