Por mais do que uma vez ouvimos os jogadores, os responsáveis e o treinador do Sporting falar num sonho europeu e numa ambição de conquistar a Liga Europa. Por isso nunca passou na cabeça de ninguém que pudesse haver no jogo da 1ª mão dos quartos de final jogadores a terem faltas de concentração tão graves que quase não há forma de explicar e que terminaram numa derrota por 2x0.
O Sporting ainda não matou o «sonho europeu», mas quase podemo dizer que não foi por falta de tentativas. Erros atrás de erros minaram uma exibição que, não sendo brilhante (longe disso), não foi totalmente negativa, especialmente na segunda parte.
Dois erros que diretamente custaram dois golos e uma série de outros lances onde adeptos do Sporting tiveram de meter as mãos na cabeça.
O Sporting só acordou aos oito minutos quando Gelson Martins correu, fintou e cruzou para Bas Dost, com o holandês a ficar perto do golo. Esse lance colocou o leão no jogo e a equipa de Jorge Jesus conseguiu ir controlando o jogo, especialmente depois de conseguirem controlar melhor os passes longos do Atlético para as costas da sua defesa.
Começaram depois a aparecer as oportunidades leoninas. Primeiro por Bas Dost e especialmente depois com Gelson Martins na cara de Oblak a perder o duelo para o guardião que já passou por Portugal. A equipa portuguesa parecia estar a caminho do golo, sentia-se isso no estádio. Os adeptos espanhóis estavam nervosos e o Atlético não conseguia encontrar uma formula para travar o facto de Bruno Fernandes aparecer um pouco por todo o lado e o facto de Battaglia e William estarem sólidos no meio-campo.
Só que já perto do intervalo veio a segunda «traição» dos defesas centrais do Sporting. Erro de Mathieu num corte, Griezamann isolado e ao contrário do que aconteceu na final do Campeonato da Europa desta vez Rui Patrício não ganhou o duelo. Um golpe duro, muito duro para uma equipa que, sem ser brilhante, estava a jogar bem. Para piorar William Carvalho não aguentou o jogo e teve de sair com queixas.
A equipa verde e branca não conseguia ter tanto a bola como na primeira parte e quando tinha não conseguia ter a mesma qualidade de passe. Por sua vez, o Atlético de Madrid estava como gostava na partida. Podia estar mais atrás, agressivo e a sair rápido.
Na segunda parte, verdadeiramente, os leões apenas por duas vezes ficaram perto do golo.Primeiro foi Coentrão a aparecer na área de cabeça a atirar por cima e já perto do fim Montero a perder a oportunidade de colocar a equipa portuguesa totalmente dentro da eliminatória. O Atlético de Madrid tem este condão e capacidade de ir adormecendo os adversários quando tem uma vantagem boa e o Sporting não conseguiu contrariar isso de forma nenhuma, nem com as alterações nem com o arriscar de Jorge Jesus.
A missão é impossível? Não é, mas perante um adversário como o Atlético de Madrid cometer estes erros e ficar com uma desvantagem de dois golos e assinar um quase adeus a uma prova destas. Terá de ser um Sporting a roçar a perfeição para passar às meias-finais. mas atenção que a qualidade está lá. Ainda assim, o quase e o azar ficam outra vez na boca dos sportinguistas.