A preparação e a conferência de imprensa era para o jogo com o Boavista, mas grande parte da conferência de Sérgio Conceição foi a falar sobre o encontro da jornada anterior, frente ao Paços de Ferreira. O técnico portista recordou jogos enquanto treinador de Académica e Olhanense, explicou as diferenças entre defender bem e fazer anti-jogo e disse que João Henriques não promoveu o futebol e que isso foi o motivo para não o cumprimentar no final do jogo.
«Meteram [nas redes sociais] uma conferência onde na altura era treinador da Académica e fomos empatar em Alvalade, na altura o Leonardo Jardim era o treinador. Aquilo que foi cá para fora foi parte da conferência, o que se passou durante o jogo foi que a Académica defendeu muito bem, defendeu num bloco baixo, atirámos uma bola à barra e não houve anti-jogo. Uma coisa é anti-jogo, outra é o treinador e os jogadores cumprirem a estratégia delineada durante a semana para defender baixo, cada um tem a sua estratégia. Nunca critiquei nada disso, cada treinador tem a sua estratégia montada para cada jogo», começou por referir.
O treinador dos azuis e brancos recordou ainda um jogo contra o Benfica, quando treinava o Olhanense e explicou o possível anti-jogo criticado na altura por Jorge Jesus, com algum humor à mistura.
«Fui treinador da Académica, Olhanense, Vitória de Guimarães, Braga. Fizemos um jogo fantástico em Alvalade, contem os minutos jogados. Contem os minutos jogados de um Olhanense x Benfica, em que o Jorge Jesus terá criticado os minutos jogados. Aquilo que ele terá dito, porque ele tem algumas dificuldades no que é a língua portuguesa e digo isto porque sou amigo dele e gosto muito dele. O anti-jogo que ele quis dizer foi que o Olhanense jogou com uma linha muito recuada, não houve a palhaçada que houve em Paços de Ferreira, isso é diferente», continuou.
Depois, Sérgio Conceição explicou porque não cumprimentou João Henriques, ainda que tenha reforçado que não tem nada contra o treinador dos Castores.
«Vi meio mundo escandalizado por não ter cumprimentado um treinador que estava a promover essas situações. Agora fiquei a perceber que existem muitos adeptos do Paços de Ferreira e do João Henriques, não tenho nada contra ele, mas aquilo que eu vi do banco foi ele a promover aquelas situações, isso foi o que eu vi e percebi. Não sou hipócrita, não sou falso, não senti vontade de o cumprimentar. O anti-jogo pode fazer-se porque uma equipa tem orçamento de 3 milhões e outra de 60 milhões? É o mesmo que dizer que uma pessoa com dificuldades pode ir roubar. Entende-se defender com a equipa baixa, queimar algum tempo. É normal, algumas equipas minhas já o fizeram, mas daquela forma não. Desculpamos mais isso do que um treinador sentir que o outro treinador está a sentir algo que é batota ou enganar e decidir não o cumprimentar», finalizou.
1-0 | ||
Miguel Vieira 34' |