O Benfica teve tarefa muito complicada para desviar o móvel pacense, mas no fim celebrou mais três pontos que permitem continuar na luta pelo título. O Paços esteve muito bem durante uma hora de jogo, só que as substituições mudaram o jogo, de um lado e do outro. Isso e Jonas, claro.
Não é, de todo, a justificação principal para a entrada apática do Benfica, bem diferente da postura comum nos jogos mais recentes. Houve inércia no meio, talvez por pensar num Paços mais retraído do que o que se viu, e aí residiu a explicação para que o primeiro quarto de jogo tenha sido com vantagem justa para a equipa da casa.
Mais compacta na zona medular na ação de pressão e depois de condução, a turma de João Henriques raramente precisou de esticar o jogo, porque bastou agir em cima do adversário, sem recuar no terreno, para criar mossa num Benfica completamente desligado em quase todos os setores.
E, mesmo surgindo uma reação do Benfica a meio da primeira parte, ainda que muito manca (do lado direito sim, na esquerda nem por isso), houve capacidade defensiva pacense suficiente para tratar das ocorrências.
Miguel Vieira, o maior dos bombeiros, apagou quase toda a chama ténue que vinha do outro lado e não houve capacidade para a águia chegar ao intervalo com um resultado diferente e corresponder a uma plateia atestada de esperança encarnada.
Uma esperança que voltou renovada do intervalo, mas que esbarrou no muro amarelo dos castores. Mais recuados, os da casa conseguiram continuar a controlar do lado direito, onde Grimaldo esteve bem abaixo do rendimento normal, e só pecaram à esquerda.
Já com Jiménez em campo e o Benfica em 4x4x2, João Henriques quis emendar o buraco que Quiñones continuava a escavar para Rafa e colocou Filipe Ferreira, só que a primeira aparição foi fatal: a frio, viu Rafa arrancar e construir um empate feliz, pela insistência de Jonas.
Primeiro, pelo tricotar de um lado esquerdo finalmente a ter as triangulações que tanto fruto têm dado (Jonas, pois claro, concretizou a reviravolta). Depois, pelo futebol longo para a direita à procura do espaço dado por um Paços já esticado na frente à procura do golo e sem o expulso Gian. Cervi acabou as dúvidas.
E a águia segue no seu trajeto, com a ânsia do penta que está na boca dos adeptos.