Exibição cheia de sabedoria, erros em doses extra, eficácia, história, humilhação. Este dérbi teve tudo isto e foi daqueles que fica para ser contado por muitas décadas. Em Guimarães, para nunca mais repetir. Em Braga, para lembrar até à exaustão, sobretudo em alturas de amargura.
Muito deste 0x5 se explica pelos erros a meio-campo dos vimaranenses, que até foram a equipa que entrou melhor no jogo, mas que se revelou muito mais vulnerável. Experientes, os bracarenses precisaram de muita concentração, de talento natural e de... bem, e de mais nada.
Baixou as linhas e esperou o momento certo para atuar. A primeira vez foi ao minuto 13, quando Rafael Miranda perdeu uma bola no círculo central e Dyego Sousa foi lançado para a baliza, onde acertou. O avançado festejou a coxear e teve de sair logo depois, visto ter tido consequências musculares, mas nem por isso a equipa alterou a postura.
Wilson Eduardo também teve a sua hipótese, desperdiçou, só que o jogo estava destinado a ter brindes vitorianos e Wakaso, num verdadeiro desastre, deu o maior: deixou Wilson tirar-lhe a bola e seguir para a área e travou-o em falta. Bruno Paixão assinalou penálti, deu vermelho e Hassan fez o segundo.
No segundo tempo, antes que os de Pedro Martins tentassem limpar a imagem, Wilson Eduardo fez mais uma obra de arte no quadro que estava a ser pintado no D. Afonso Henriques.
Eufóricos na bancada, os cerca de dois mil arsenalistas foram fazendo uma festa que, na totalidade, fez esquecer a má exibição de Marselha e que chegou, com toda a naturalidade, ao quinto golo: Esgaio também o merecia.
Deu para ver os vimaranenses estrearem Welthon, deu para os arsenalistas desperdiçarem uma série de oportunidades de chegar à meia dúzia. E deu para ver como um dérbi mexe tanto com a paixão dos adeptos.