Alvibranco 25-04-2024, 09:39
Natural de Leiria, o médio estreou-se com a camisola da equipa principal da UD Leiria aos 18 anos, a 8 de maio de 2010, frente ao... FC Porto. Um momento inesquecível na vida de um jogador que iniciou há poucas semanas um novo desafio na sua carreira no Beroe, da Bulgária.
«Recordo, claro! É impossível esquecer. É um momento que marca para a vida toda... Foi o reconhecer de todo o esforço e empenho que tive na formação e algo com que muitos jovens sonham. Felizmente, tive essa oportunidade e logo contra o FC Porto (1x4). Perdemos, mas fiz a assistência na altura para o 1x0. Tinha 18 anos», recorda Brígido, em conversa com o zerozero.
«Não sentia pressão nenhuma nem responsabilidade. Pensava somente em jogar e desfrutar do futebol e da oportunidade que tinha. É óbvio que ficava feliz por receber elogios a propósito do meu futebol, mas nunca me senti mais pressionado por isso...», acrescenta.
As expectativas eram altas, só que uma grave lesão no perónio impediu a afirmação total nos anos seguintes. Rúben seguiu para o Marítimo em 2012/13, onde teve a oportunidade de jogar nas competições europeias, mas teve de sair do país para reencontrar a alegria em jogar futebol. Mas, antes, ainda passou uma fase muito complicada.«Inicialmente foi complicado... Saí para a Roménia e o clube em questão (Otelul) atravessava uma fase de graves problemas financeiros como muitos outros clubes na Roménia na altura. Foi difícil sair da minha zona de conforto e ir para um país desconhecido e ter salários em atraso. Foi um ano mesmo muito complicado. Mas nunca desisti de trabalhar mesmo não recebendo salário. Depois surgiu o Chipre e foi aí que comecei a jogar regularmente», conta o médio de 26 anos ao nosso portal.
Poucas semanas depois de deixar o Chipre, Rúben não esquece o que de bom viveu numa das maiores ilhas do Mediterrâneo. O médio português voltou a ser feliz a jogar futebol em território cipriota e isso foi uma das grandes vitórias.
«Agradeço aos clubes do Chipre pelas oportunidades que me foram dadas. Todos foram muito importantes para reencontrar a alegria em jogar após alguns anos difíceis devido à lesão grave que tive. Aprendi bastante e fui sempre bem tratado», reconhece.
Após dois anos e meio, divididos entre vários clubes cipriotas, o antigo internacional sub-20 português – participou no Torneio de Toulon (2011) – decidiu aproveitar a oportunidade para lutar por objetivos mais ambiciosos.«Senti que estava na hora de dar um novo rumo à minha carreira e aqui [na Bulgária] os objetivos são outros, o futebol tem mais visibilidade e é mais competitivo. O Beroe é um clube com história na Bulgária, bastante organizado e que luta pela Europa. Por tudo isso, decidi aceitar o desafio», explica Rúben.
«Os primeiros dias estão a correr bem, mas existem algumas diferenças, claro. O futebol é mais rápido, físico e mais disciplinado a nível tático. Estou numa fase ainda de criar rotinas», acrescenta.
A pergunta é inevitável. Depois da estreia tão promissora na Liga, com apenas 18 anos, será que Rúben Brígido sente que faltaram mais oportunidades em Portugal e/ou até que as pessoas se esqueceram um pouco de si com o passar do tempo?
E regressar ao nosso país?
«Sinceramente, não penso muito nisso... Mas se surgir a oportunidade e for bom, claro que irei ponderar», conta Rúben, que sente saudades de pisar os palcos portugueses.
«Quem não gosta de jogar num estádio do Dragão, Luz ou Alvalade cheio? Ou de jogar nos Barreiros ou no D. Afonso Henriques? É normal sentir saudades», finaliza.