Foi um FC Porto nitidamente cansado aquele que empatou no terreno do Moreirense e que agora pode ver o Sporting ascender ao topo da classificação (ainda que à condição). Faltou arte é certo, mas o que faltou para ser aquele Dragão esmagador foram pernas.
Sérgio Conceição surpreendeu ao colocar Paulinho no 11, mas apostou nele como falso extremo direito. No ataque mantiveram-se os dois pesos-pesados e o jogo foi sempre de sentido único.
As oportunidades existiram, ainda que em menor número do que é normal. O Dragão atacou e teve coração, mas faltou muito futebol para sair do Minho com os três pontos.
Essa falta sentia-se mais devido à capacidade de o Moreirense manter a sua defesa subida na primeira fase de construção do FC Porto. Isso levou a que Óliver tivesse tentado por mais do que uma vez o passe longo e quase sempre (para não dizer sempre) sem sucesso.
Para além dessas dificuldades, sentia-se a falta de desequilíbrios nos flancos. Paulinho jogava bem com bola, mas mal sem ela e Brahimi está uma sombra do que já se viu esta temporada. Essa falta de magia levou a que o FC Porto tivesse demorado 36 minutos a criar a primeira oportunidade de golo séria. Paulinho rematou por cima em boa posição. Até ao fim da primeira parte ainda deu tempo para Brahimi e Óliver falharem boas oportunidades, com destaque para o lance do argelino que falhou o remate numa excelente posição após um livre muito bem estudado.
As oportunidades foram acontecendo com Soares, Waris e companhia a irem falhando. O jogo só tinha um sentido, mas os problemas eram os mesmos. Faltava capacidade de transporte de bola e Óliver não o conseguia fazer. Era quase sempre Reyes quem o fazia, tentado depois projetar Alex Telles na esquerda e encontrar espaço com Brahimi no meio.
Para além da notória desinspiração de vários jogadores também se sentiu (e muito) a fadiga de várias das principais figuras azuis e brancas. Alex Telles, Brahimi e Aboubakar eram exemplo de uma equipa exprimida e que sem a sua força física habitual acaba por ter mais problemas em criar oportunidades.
A liderança está agora em risco e Sérgio Conceição percebeu com certeza que tem um plantel cansado, antes de um mês que se prevê esgotante.