Emoção de sobra, oportunidades, desespero, muita tática, alguma polémica e zero golos. No fundo, muita parra e pouca uva no clássico dos clássicos, apimentado por um excelente ambiente fora do relvado e por um duelo titânico de forças que não se conseguiram superiorizar no marcador. Os dragões foram apanhados pelo Sporting na liderança.
O Benfica surpreendeu. Disso não há dúvidas. Surpreendeu o FC Porto e os adeptos. Mas também parece ter-se surpreendido a si mesmo. Enfim, olhando aos jogos de maior exigência (Champions, diga-se), havia claramente uma má imagem para limpar e a equipa apareceu de forma personalizada, com um 4x3x3 muito mais definido, sobretudo a meio. Por aí se percebe a maior percentagem de posse de bola nos primeiros 20 minutos.
Mas houve um evidente problema para a equipa de Rui Vitória: faltava presença e força na área. A equipa portista pareceu bastante incomodada com a ação encarnada, José Sá começou a tremer e isso contagiou a equipa no setor recuado, o que se traduziu na incapacidade de colocar a bola no chão.
Essa surgiu numa bola parada, com Danilo Pereira a rematar de forma acrobática por cima. E pouco mais houve para contar de uma primeira parte amarrada taticamente.
Melhorou bem mais na segunda. Menos rigor tático, muito mais vontade de ganhar e mais riscos, que expuseram mais as equipas em termos de erro. O FC Porto concedeu espaços nas linhas, o Benfica abriu várias crateras a meio.
Não admirou, pois, que Pizzi tenha sido o primeiro a sair. Da dança das substituições resultou um FC Porto mais capaz, mais feroz e mais compenetrado na intenção de ganhar. O Benfica continuava com claras dificuldades em segurar a bola no meio-campo contrário, o que se interrompeu com a entrada de Zivkovic.
Logo a seguir, a melhor oportunidade para o Benfica, nascida de um erro de Felipe, mas José Sá (espectador desde meio da primeira parte) a fazer uma grande mancha, permitindo à equipa continuar a acreditar que dava para chegar ao golo. Embora já com demasiada precipitação, quer na finalização - Marega pecou aí, numa avalanche final que teve oportunidades de sobra para o dragão sair vitorioso.
No fim, uma divisão de pontos que, apesar de não deixar nenhum adepto satisfeito, claramente foi de maior sorriso para as águias.