O Manchester United ganhou na Lu com um golo insólito e agravou ainda mais a situação do Benfica neste grupo A. Com zero pontos em três jogos e duas deslocações pela frente, só um milagre pintará de sucesso a campanha europeia das águias, que desta vez tentaram com a juventude dar um pontapé na crise.
Porque é que a experiência é tão necessária? Talvez não seja sempre assim (ou então é...) e Rui Vitória é dos maiores crentes na juventude. Por isso, surpreendeu a duplicar: Svilar, com metade da idade de Júlio César, foi para a baliza; Diogo Gonçalves, outro produto da formação, apareceu pela primeira vez a titular, passando a perna a Cervi, Zivkovic e Rafa, jogadores que, não abundando em tarimba, significam em conjunto um grande investimento das águias.
Voltou a ser na prata da casa que o técnico se baseou para fazer mudanças de fundo. Não havendo Jardel e com Lisandro a também já ter chumbado nas oportunidades, Rúben Dias apareceu ao lado de Luisão. O capitão viu amarelo quase no início, mas não se descoordenou com o jovem português e ambos se apresentaram sólidos na retaguarda.
Depois, um meio-campo encarnado com um acrescento de músculo (Filipe Augusto) em detrimento da criatividade de Jonas, criatividade essa que passou a ser mais da responsabilidade dos laterais, destemidos a subir pelo corredor, embora muito melhor Grimaldo do que Douglas.
Ainda assim, foi um Benfica muito mais capaz do que o que se tinha vergado na humilhação de Basileia, perante um Manchester United de serviços mínimos.
Deu para um pouco mais do que isso na segunda parte. E foi suficiente para praticamente aniquilar o Benfica. Mais jogo pela esquerda (Rashford e depois Martial souberam quase sempre aproveitar as debilidades de Douglas), controlo de jogo mais acima e posse de bola mais contínua.
Era, por esse motivo, um Benfica bem mais encolhido, a baixar a última linha e a expor um pouco mais a sua retaguarda. Sobretudo depois da saída de Pizzi, numa mudança que não teve melhorias.
Houve depois uma reação enraivecida, abnegada, mas muito pouco capaz de assustar um United que faz da sua solidez defensiva um dos baluartes (não é à toa que é a equipa menos batida da Premier League).
Viram sinais de melhoria num jogo de grande exigência, só que outra vez zero pontos. E agora com Luisão também castigado...