RB Leipzig: a ascensão do clube mais odiado na Alemanha

O RB Leipzig teve uma ascensão absolutamente meteórica desde a estreia na 5.ª divisão (2009). O clube germânico alcançou a subida ao principal escalão em apenas sete temporadas e terminou a época de estreia na Bundesliga no segundo lugar, tornando-se num fenómeno de popularidade na Europa e um ódio de estimação para os principais clubes do campeonato alemão.

Muitos milhões investidos em… jovens

Mas nada como recordar como tudo começou. A Red Bull comprou o SSV Markranstädt, equipa que competia na quinta divisão, em 2009, e o clube passou a designar-se RasenBallsport Leipzig pela simples razão de os estatutos da associação de futebol germânica impedirem que uma equipa de futebol utilize o nome da marca na sua identidade, assim como impossibilita que determinado clube seja gerido maioritariamente por uma empresa externa.

Adeptos do Borussia Dortmund exibiram várias tarjas com críticas direcionadas ao RB Leipzig no último jogo entre as duas equipas ©Getty / Dean Mouhtaropoulos

E se os milhões aplicados por Mateschitz no RB Leipzig podem estar intrinsecamente ligados ao sucesso desportivo do clube, a verdade é que, ao contrário do que é prática corrente noutros emblemas de outros países, em Leipzig não gastou fortunas em craques feitos e de renome. Apostou-se, antes sim, num diretor técnico com vasta experiência no futebol alemão - Ralf Rangnick - e em jovens talentos com enorme margem de progressão.

No atual plantel, composto por 26 jogadores - há apenas dois acima dos 30 anos: o guarda-redes suíço Fabio Coltorti (36 anos) e o defesa alemão Marvin Compper (32). A média de idades, essa, situa-se ligeiramente acima dos 24 anos, num claro exemplo da filosofia de futuro que rege os planos do RB Leipzig.

ADN Red Bull espalhado pelo Mundo

Outra das questões que marca a existência do RB Leipzig prende-se com a intenção de criar um ADN transversal a todas as equipas do grupo Red Bull. Da Alemanha à Áustria ou do Brasil aos Estados Unidos e ainda no Gana, a marca austríaca tem criado clubes e academias que se regem por valores futebolísticos idênticos, promovendo por diversas vezes a troca e venda de jogadores entre os clubes 'Red Bull'.

A equipa de Leipzig, por exemplo, tem atualmente nove jogadores [ver tabela] no plantel que antes de chegarem à Alemanha passaram por outros clubes da rede Red Bull, a maioria pelo Salzburgo, da Áustria; Bernardo Júnior representou não só o Red Bull Salzburg como o Red Bull Brasil.

Um ADN levado por vezes tão à risca que origina situações caricatas como aquela que aconteceu em julho de 2016 a Andreas Ulmer, defesa do RB Salzburg, que esteve em campo 45 minutos num jogo das pré-eliminatórias da Liga dos Campeões com uma camisola do RB... Leipzig.