O sorteio da prova milionária não foi nada meigo para o Sporting. Além de ter colocado o Barcelona na rota dos leões, a hexacampeã italiana Juventus também surge na pista do conjunto liderado por Jorge Jesus, uma equipa que tem dominado o futebol em larga escala em Itália nos últimos anos, mas que tem passado por algumas dificuldades neste arranque de temporada - 4.º classificado na Serie A.
A finalista vencida da última edição da Liga dos Campeões tem apresentado alguns problemas incaracterísticos, sobretudo no capítulo defensivo, que se podem justificar pelas saídas de figuras como Bonucci e até mesmo Dani Alves, e que resultam num registo pouco habitual de número de golos sofridos (13 sofridos e 25 marcados em 11 jogos).
Massimiliano Allegri pegou numa equipa vencedora após a saída de Conte e conseguiu algo muito importante para o clube: manteve-se no caminho vencedor e aumentou a competitividade da vecchia signora na Europa, tendo chegado inclusive a duas finais da Champions nos últimos três anos. Não ganhou, é uma realidade, mas o trabalho está lá.
A filosofia do treinador italino assenta num 4x2x3x1, que se transforma num tradicional 4x4x2 em determinados momentos do jogo, bem diferente do modelo de de Conte (3x5x2). Neste momento, o ataque é sem sombra de dúvidas o ponto mais forte da Juve, embora o futebol ofensivo da turma bianconera esteja refém da estrutura defensiva. Ou seja, o pós-Bonucci está a ser complicado de gerir em Turim e o ataque nem sempre consegue resolver todos os problemas.
Esta é uma equipa que circula muito bem a bola dentro do retângulo, muito veloz nas alas e que com uma panóplia de jogadores com uma boa meia-distância. É comum vermos incursões pelos corredores e os velocistas cruzarem atrasado, para a zona da meia-lua da grande área, onde por norma surge sempre alguém em boas condições para finalizar. E depois, claro, há ainda jogadores imprevisíveis da craveira de Dybala e Douglas Costa. Mas há mais!
Na baliza, o histórico Gianluigi Buffon continua a ser um dos melhores do mundo na sua posição e é o dono da baliza da Juventus. O internacional polaco Szczesny é uma alternativa muito boa.
Na defesa, o calcanhar de Aquiles. Saíram Bonucci e Dani Alves e não é de todo a defesa sólida da temporada passada. O lateral-direito Lichtsteiner tem algumas lacunas, sendo que Sturaro é a opção habitual na Champions; Chiellini é o pilar do eixo defensivo e tem contado com vários parceiros, mas todos ainda longe do nível de Bonucci: Benatia, Rugani e Barzagli e na esquerda Alex Sandro e Asamoah são as duas opções e ambos são muito fortes no capítulo ofensivo.
No meio, Pjanic é o cérebro e o reforço Matuidi o poço de força. Khedira e Bentancur são alternativas credíveis. Nas alas, a oferta é variada. Cuadrado e Douglas Costas são os virtuosos, Mandzukic é muito forte no jogo aéreo e em arranjar espaços e Bernardeschi tem sido uma mais-valia.
Na frente, o oportunista Higuaín tem como guarda-costas o fantástico Dybala. Uma combinação argentina perfeita.