Os dragões não dão sinal de desarmar na luta a dois com o Sporting no topo da tabela. Depois da desilusão da Liga dos Campeões, o FC Porto foi ao terreno do Rio Ave e de lá trouxe os três pontos, com Danilo Pereira e Marega a fazerem a diferença e a tornarem o golo tardio de Nuno Santos insuficiente na tentativa de travar mais um grande.
Com toda a equipa à sua disposição, Sérgio Conceição operou mudanças na equipa inicial depois da derrota com o Besiktas. Seja por opção técnica ou por motivos de poupança, Corona, Óliver e Soares ficaram no banco, com Herrera e Otávio nos lugares dos médios e Aboubakar a juntar-se a Marega no ataque.
Miguel Cardoso, por outro lado, fez mudanças forçadas: face à indisponibilidade de Pelé, afastado por problemas físicos, avançou Leandrinho. Rúben Ribeiro apareceu por zonas mais centrais do que o habitual devido à suspensão de Francisco Geraldes.
Foi uma primeira parte dura, dividida, com o jogo partido em muitos momentos. Ao atacar, o Rio Ave procurava assumir a pose de equipa grande que tem evidenciado no início da época, mas a defesa azul-e-branca ia resolvendo. Ao defender, os vila-condenses recorriam muitas vezes à falta rápida para travar as transições portistas. E assim as oportunidades claras eram escassas.
O primeiro ligeiro aviso foi de Danilo, que numa bola parada foi à frente cabecear à figura de Cássio e ainda nos primeiros dez minutos Brahimi apareceu em zona de finalização e fez a bola passar muito perto da baliza rioavista.
Os rioavistas não se queriam fechar demasiado e procuraram também impôr-se no ritmo do jogo e construir jogadas apoiadas, com tabelas entre a zona central e os homens das alas. Por vezes a bola ia-se aproximando da grande área portista e chegava mesmo a Guedes. O homem mais avançado da equipa da casa cabeceou fraco para defesa de Casillas aos 22’ e já perto do intervalo falhou o alvo.
Entre as ocasiões protagonizadas por Guedes, o FC Porto somou um ou outro momento de maior perigo. Inicialmente num 4x2x3x1, com Marega encostado à direita e Otávio mais perto de Aboubakar, a equipa portista acabou por se transformar no habitual 4x4x2 com o tempo. Pelo meio da transição, destacou-se um remate perigoso de Marega a partir da direita, com a bola a raspar ainda na trave da baliza de Cássio antes de sair.
Tudo igual ao intervalo mas o segundo tempo traria novidades no marcador e um Dragão a arrumar com a questão. Aboubakar complicou o que parecia simples em duas ocasiões, destacando-se um lance em que se deixou antecipar por Marcelo quando tinha tudo para inaugurar o marcador.
Valeria Danilo a fazer o que nenhum dos avançados havia até então conseguido. Num canto batido por Alex Telles, o médio defensivo apareceu à vontade na pequena área para iniciar a festa portista. E assim uma questão muito complicada tornava-se um pouco mais simples.
Mais simplificada ficou a tarefa portista aos 67’, quando uma bela jogada de Brahimi permitiu a Marega ficar com todo o tempo para finalizar perante Cássio. Não tremeu o maliano, que aumentou o marcador e teve direito a ouvir novamente o cântico que os adeptos portistas já lhe dedicaram.
Do outro lado, o objetivo de novo finca-pé a um grande acabava de se tornar quase impossível. Ainda assim, Miguel Cardoso trocou Guedes por Karamanos e viu o grego fazer uma bela assistência que Nuno Santos soube aproveitar para reduzir a desvantagem no marcador. Ainda acreditou o Rio Ave mas o final do jogo seria marcado por uma expulsão de Marcão face a uma entrada muito dura sobre Marega. Aqueceram então os ânimos, tornando o final da partida menos agradável de se ver.
Acabou a série incólume do FC Porto no que toca a golos sofridos, mas os portistas dão continuidade ao arranque muito produtivo no campeonato e assim não deixam fugir o Leão. A luta está bem acesa no topo.