Uns a celebrar e os outros a assobiar

Foi quase demasiado mau para ser verdade a último jogo do FC Porto na Liga NOS. Uma derrota por 3x1 no terreno do Moreirense, uma exibição para esquecer e uma quantidade protestos e insultos a Nuno Espírito Santo que parecem prejudicar e muito as condições do treinador para continuar na próxima temporada.

O Moreirense dependia de si para se salvar e conseguiu isso mesmo, com uma exibição de grande qualidade e de mestria tática de Petit. NES voltou a apostar no 4x2x3x1 e correu tão mal que só durou 45 minutos, mas nem com a tentativa de emendar a mão o treiandor conseguiu sair da temporada com uma nota postiva.

Uns a correr outros com a cabeça nas férias

Não demorou muito a perceber-se que uma equipa estava com atitude de jogo decisivo e que a outra queria ver os minutos passar o mais rápido possível e sem grandes chatices...

Por isso não demorou muito a que o estreante José Sá fosse testado por um cabeceamento de Ramírez. Foi o mote para uma exibição completamente desligada dos dragões. Tiveram mais bola, mas sem uma gota de critério e, pior do que isso, sem qualquer perigo para Makarize. Tirando um lance onde Brahimi apareceu com algum espaço ao segundo poste após um cruzamento de Herrera, o FC Porto foi uma nulidade nos primeiros 45 minutos.

O Moreirense foi uma coisa totalemente diferente. A equipa não entrou nervosa com a luta pela manutenção e Petit percebeu que a sua dupla de ataque estava a criar muitos problemas à dupla de centrais portistas. Percebendo isso foi natural ver Ramírez e Boateng muitas vezes com espaço. Boateng marcou o primeiro completamente sozinho de cabeça, após um grande cruzamento de Rebocho e ninguém ficou surpreendido.

O momento do jogo veio depois. Por volta do minuto 36 um drone começou a circular o estádio com uma bandeira vermelha com o número 36, em alusão ao título do Benfica. Quando tudo olhava para o céu (se calhar até a defesa do FC Porto) eis que um contra-ataque do Moreirense termina com o 2x0. Maciel marcou à sua antiga equipa e teve o condão de atirar Nuno Espírito Santo para dentro do banco, de onde não voltou a sair até ao intervalo.

Uma primeira parte verdadeiramente deprimente para o Dragão e nem tudo pode ser explicado com o facto de ser a última jornada do campeonato...

Mudar para animar

Depois de 45 minutos foi normal ver Corona e André Silva entrar na segunda parte. O 4x2x3x1 passou para um 4x4x2 e a equipa melhorou, ainda que pouco. 

Ainda assim, quando não se quer mesmo as coisas não têm como resultar...O FC Porto circulou a área, mas não teve oportunidades sérias de golos e até foi o Moreirense a aproveitar os erros portistas. Cruzamentos, fintas e rodriguinhos à entrada da área iam enervando os adeptos portistas, mais preocupados em entoar cânticos anti-Benfica

Apesar de o ritmo não ser o melhor e de os erros serem em maior número que as coisas boas, o jogo ficou relançando aos 66 minutos. O improvável Maxi Pereira fez o ainda mais improvável golo de calcanhar, após uma das jogadas mais bem conseguidas do FC Porto.

Sofrimento acabou cedo

A  evolução dos jogos transformou os últimos 25 minutos em Moreira de Cónegos num verdadeiro jogo de nervos. O FC Porto melhou com o golo e fez um cerco asfixiante ao Moreirense, que sabia que não podia sofrer mais nenhum golo. 

O que ninguém contava era que a defesa do FC Porto voltasse a falhar de forma monumental. Felipe falhou um corte de forma incrível e Boateng serviu Alex Freitas para o golo da tranquilidade. 

Nuno Espírito Santo voltou a não sair do banco de suplentes e ainda bem porque foram vários os adeptos que foram ao lado do banco de suplentes portista protestar com o técnico. O Moreirense festejou e a temporada terminou de uma deprimente para o Dragão...Haverá condições para continuar?