O antigo vice-presidente do Sporting, Paulo Pereira Cristóvão, deu uma entrevista ao jornal A Bola onde, entre vários assuntos, abordou a ida a Alvalade com João Paiva dos Santos para realizar uma auditoria ao clube leonino e os negócios entre o Sporting e Costa Aguiar.
«Paiva dos Santos convidou-me, a título profissional, para o assessorar num assunto que ele quereria, e com o qual concordo, obviamente: uma auditoria de gestão às contas destes últimos quatros anos em áreas muito específicas. Foi nessa condição que o acompanhei. Daí ressaltam duas coisas. A primeira, o estado em que está o Sporting atual. Veja-se: um reunião com o conselho que fiscaliza é condicionada pelo elemento fiscalizado. Isto é absolutamente surreal», disse.
Paulo Pereira Cristóvão conta o que se passou nesse dia e diz que «desmistificou a ideia de um presidente sem medo».
«Um presidente sem medo descia ao hall VIP e explicaria, olhos nos olhos, as suas razões. O presidente Azevedo de Carvalho (referindo-se a Bruno de Carvalho), fez uma coisa diferente: mandou lá abaixo aquele tal de Geraldes, fotografar-nos ao longe, e a enviar mensagens para onde estava Bruno de Carvalho. E eis que, quando saímos para ir falar com os jornalistas, tanto eu como Paiva dos Santos vimos Bruno de Carvalho atrás duma cortina a espreitar na zona do Conselho Diretivo. Porque a auditoria vai acontecer, queira ou não queira o senhor Azevedo de Carvalho», avisou.
O antigo vice-presidente abordou ainda os negócios entre o Sporting e Costa de Aguiar.
«A situação levantou-me dúvidas. Para quê pagar 1,3 milhões de euros a alguém que nem sequer ainda está habilitado a ser empresário do jogador e o jogador (referindo-se a Bruno César) já era do Sporting ? E depois volta a aparecer o seu nome na comissão de 200 mil euros pelo irmão do Alan Ruiz, que foi para o Sintrense. Mais 200 mil pela assinatura do Jorge Jesus, quando o próprio presidente disse que foi a casa do treinador, jantou com ele e acertaram tudo. Isto faz-me muita confusão», afirmou, acrescentando ainda que: «Se Bruno de Carvalho, se bate pelo rigor e pela transparência, tem de explicar estas coisas».