O FC Porto vestiu o fato-macaco e soube ser pragmático para passar no difícil Castelo de Guimarães. Num encontro repartido em termos estatísticos, os dragões deram a bola ao adversário na maior parte do tempo e esperaram para, com dois momentos de eficácia, derrotar um Vitória gigante na vontade, mas débil no último terço. Soares fez mais um golo, este no estádio onde mais marcou esta época.
Nuno sabia ao que ia. Se o treinador portista quisesse jogar bonito, provavelmente teria apostado no mesmo onze que venceu contra o Sporting. Mas as particularidades de jogar em Guimarães, diante de uma equipa aguerrida e nada escondida, num ambiente frenético e intenso fizeram o técnico forasteiro primar o seu desenho de jogo numa perspetiva mais pragmática. Por isso é que Herrera e André André foram a jogo, levando consigo o proletarismo para aplicar na zona intermédia.
Mas também não se pode dizer que fosse justa a vantagem portista quando Soares aproveitou a única brecha que surgiu no colete de forças que estava a ser o jogo até ao minuto 36. Muitos duelos divididos, muitas faltas e muita intensidade das duas equipas, embora sem oportunidades.
O golo abriria um pouco mais a partida, até porque a reação vitoriana foi imediata e continuou para lá do intervalo, ainda que com riscos inerentes.
Os laterais da equipa da casa aprofundaram mais as suas aventuras ofensivas, o que trouxe mais acutilância no último terço e algumas aflições aos visitantes (que a dupla de centrais foi transformando em momentos banais), trazendo, por outro lado, mais espaço para o FC Porto explorar em contra-ataque.
Essa foi, em traços gerais, a estratégia ofensiva portista: a transição rápida. Serviu, em alguns momentos, se bem que com deficiências na decisão dos homens da frente - e com mérito da equipa da casa.
Podia ter marcado mais cedo, mas esperou até ao minuto 86 para, por intermédio de Diogo Jota, sentenciar um jogo que foi ganho pelo controlo emocional e pela gestão das diferentes fases do encontro.