União de Leiria e Operário Lagoa partiam para a 18.ª e última jornada da série F do Campeonato de Portugal em igualdade pontual e com legítimas possibilidades de garantirem um lugar na fase de subida, mas para isso precisavam que o Sertanense não vencesse na deslocação a Fátima, situação que se viria a confirmar (2x1).
Leirienses e açorianos acabaram por vencer os respetivos compromissos, frente a Naval (0x6) e Carapinheirense (7x1), respetivamente, acabando por passar o Operário à fase de subida, fruto do maior número de golos marcados durante as 18 jornadas em comparação com os homens de Leiria – critério de desempate utilizado, após igualdade de pontos, igualdade no confronto direto e igualdade na diferença entre golos marcados e sofridos.
Em comunicado, a SAD do Leiria revelou que o jogo entre Operário e Carapinheirense «teve algumas incidências de carácter anormal e deveras estranho que, às instâncias desportivas e judiciais competentes, cumprirá investigar para esclarecimento integral da verdade desportiva da competição e para salvaguarda dos superiores valores da modalidade», apelidando de «milagre divino» o apuramento da equipa da ilha de São Miguel, após «seis golos seguidos nos últimos 25 minutos», frente a uma equipa que «nunca tinha sofrido mais de 4 golos num só jogo».
Ainda de acordo com a nota, a União de Leiria apresentou «uma participação disciplinar junto da Federação Portuguesa de Futebol», acrescentando que receberam um parecer da FPF com «a decisão da Secção Não Profissional do Conselho de Disciplina no sentido da instauração de processo disciplinar ao Clube Desportivo Carapinheirense».
A União solicita também «à Federação portuguesa de Futebol que, até à conclusão do processo disciplinar, os jogos com a participação do Clube Operario Desportivo de Lagoa e da União de Leiria sejam temporariamente adiados».
O zerozero entrou em contacto com Gilberto Branquinho, presidente do Operário Lagoa, que sublinhou que o comunicado do Leiria «não tem fundamento» e que os responsáveis da SAD leiriense apenas querem justificar o «insucesso» da equipa com o «sucesso» do Operário. O dirigente garantiu ainda estar de consciência tranquila em relação ao processo.
«Há instâncias próprias que analisam esses comunicados e que analisam os jogos por diversos meios. Se o Leiria quer justificar o insucesso através do sucesso de uma equipa que quis vencer está a ir por um caminho que não é o melhor. Está a denegrir a imagem do Carapinheirense e está a por em causa aquilo que se passou no jogo. Não faz sentido eles quererem justificar o insucesso de um grande investimento com os jogos menos bons que eles fizeram», esclareceu Gilberto Branquinho, em declarações ao nosso jornal.
«Estou muito consciente da verdade e não vale a pena desgastar-me com isso. Até porque o Carapinheirense veio aqui para ganhar e ficaram muito tristes com a derrota e com o número de golos... Não faz sentido o que estão a fazer. Não tem fundamento. Têm de justificar o insucesso», reforçou.