Um grande Rio Ave pintou de negro o cenário no Dragão, só que uma equipa com uma alma cada vez maior deu o colorido pretendido ao arcador com muito do pintor Alex Telles (três assistências), alcançando uma suada vitória que mantém a pressão azul e branca sobre o líder.
Dizer que o golo de Felipena sequência de uma bola parada, aconteceu contra a corrente do jogo pode parecer exagerado, até porque mesmo antes Corona se tinha isolado na primeira grande oportunidade do jogo. Mas claramente não estavam os dragões a dominar, diante de um Rio Ave que se apresentou de forma muito positiva e aberta.
Sem medo de ter a bola, com um Rúben Ribeiro a arquitetar jogo, a turma de Luís Castro foi bastante capaz de assumir as despesas do encontro, com defesa subida e bom envolvimento da equipa numa missão de elogiar, com mais bola no chão do que no ar - não tem sido habitual no Dragão.
Diogo Jota fê-lo com sucesso na movimentação e infelicidade na finalização (trave) e Corona também ensaiou alguns bons movimentos. Só que, reforçamos, o mérito do Rio Ave era enorme. Fantástica postura dos visitantes, que não se deixaram afetar pela desvantagem e que a repuseram num golo com alguma sorte à mistura, mas que ajustou o resultado ao intervalo em relação ao que se tinha passado.
O cenário agravou-se a abrir o segundo tempo. Miguel Layún fez penálti, Roderick converteu-o e a bancada ficou apreensiva até nova bola parada dar em golo: depois de Felipe, Marcano também correspondeu bem a novo centro de Alex Telles.
Nem por isso o 3x2 melhorou a qualidade de jogo dos portistas (que não foi boa neste encontro), só que o estado anímico superou tudo isso, com um gigante Danilo no miolo e uma defesa competente e que foi apagando os fogos que se abriam do lado direito, onde Gil Dias explorava ao máximo a adaptação de Herrera a lateral.
Por isso, só quando Rui Pedro fazer o último, perto dos 90, é que houve um verdadeiro sentimento de que a vitória já não escapava, até porque, um minuto antes, Marcelo ficou a centímetros do empate. O azar de outros jogos foi a sorte (e a competência) deste.