O FC Porto ganhou a jogada antecipada aos rivais. A vitória sobre o Marítimo, por 2x1, em jogo da 15ª jornada da Liga NOS, aproxima os azuis e brancos do líder Benfica, que está agora a um ponto de distância. O cenário é à condição, obviamente, e só a meio da próxima semana (depois de mais uma jornada no fim de semana) se saberá se a cartada psicológica surtiu efeito.
Desenho simples, o deste jogo. Jogou-se quase sempre em 60 metros – aqueles que Nuno Espírito Santo tem explicado – até à paragem do autocarro. Daniel Ramos recuperou a estratégia que derrubou o Benfica e aplicou-a frente ao FC Porto. Cinco defesas, três centrais; o que viesse do meio-campo para a frente era um acréscimo à prioridade máxima: defender. Erdem Sen, um turco de aspeto robusto, era o guarda da paragem e a ideia resultou quase até ao intervalo.
Exceções aos dois extremos. Jesús Corona e Brahimi são nesta altura os homens mais do FC Porto. Foram eles os maiores desequilibradores da equipa que apesar de um Óliver Torres sempre cerebral não teve Diogo Jota e André Silva em noite sim, apesar do golo do ponta de lança. E isso notou-se, sobretudo porque o aglomerado defensivo dos insulares roubou quase todos os espaços.
Apesar disso, o FC Porto foi sempre melhor e mais perigoso. Aos nove minutos podia ter chegado ao golo, mas Danilo e Felipe atrapalharam-se mutuamente na sequência de um canto e o cabeceamento saiu ao lado; Brahimi e Corona desenharam depois dois lances com promessa de perigo, mas só em cima do descanso é que o nó desatou, com o golo do argelino.
Daniel Ramos só podia pedir outra coisa para a segunda parte. E os sinais foram mais positivos, com o Marítimo a surgir mais subido e atrevido depois do intervalo. Um avanço territorial do autocarro que não teve logo travão na resposta do FC Porto, que até voltar a acertar o passo denotou demasiada confusão no seu jogo; o minuto 59 é disso exemplo e os 22 mil adeptos que se deslocaram ao Dragão fizeram questão de demonstrar o desagrado. Em boa hora, porque mesmo sem ativar muito o jogo o FC Porto melhorou e... marcou.
Djoussé, aos 85 minutos, reabriu a história por momentos, com um golo de levantar um estádio. Um golo tirado da categoria dos melhores do ano e que existiu porque o Marítimo decidiu jogar mais perto de Casillas, que por sua vez viu o FC Porto baixar os ritmos de jogo para níveis perigosos. A coisa acabou por correr bem para para os azuis e brancos, porque se o Marítimo tem ganho coragem mais cedo...