O Sporting venceu e convenceu no primeiro clássico da temporada. A equipa de Jorge Jesus até começou a perder, mas rapidamente recuperou no marcador e se colocou em vantagem, que foi mantendo diante de um FC Porto com pouca ideia de jogo. Tiago Martins não teve uma atuação feliz, mas não foi por aí que a superioridade leonina mereceu contestação. Ao fim de três jornadas, o Sporting é líder isolado.
Não deu para respirar!
Ambientaço!
Que grande ambiente se viveu em Alvalade, algo que se viu durante toda a partida e também antes. Não admira, por isso, que as equipas tenham entrado com a corda toda.
Pressão, golo, agora a resposta, golo, então equilíbrio, intensidade, um pouco mais de pressão, golo, mais intensidade... ufa! A primeira parte do clássico fez suar os olhos do adepto e fez jus ao enorme poderio das duas equipas. Sobretudo da formação de Jorge Jesus, que recebeu os dragões ainda com sol e num tapete rápido e deslizante.
Foi nesse relvado que o FC Porto entrou a pressionar. Com André André a mandar nessa ação, os dragões condicionaram muito bem o Sporting na sua saída de bola, exploraram o espaço nas costas da defesa subida do leão, deram fluxo de jogo para a direita (testando a surpresa Marvin) e daí criaram o golo da vantagem, ao mesmo minuto e com o mesmo protagonista de Roma: Felipe.
A reação enérgica do Sporting teve três nomes imediatos: Bruno César, excelente nas movimentações ofensivas (bem Jorge Jesus ao trocá-lo com Bryan Ruiz pouco depois do arranque), Gelson Martins, totalmente endiabrado e influente nos golos, e Slimani, o finalizador que é muito mais do que isso, pelas soluções que oferece à equipa.

Gelson em grande: esteve no primeiro e marcou o segundo ©Carlos Alberto Costa
Tão depressa os leões sofreram como reagiram. Aos 26 minutos, já ganhavam e ninguém podia contestar a superioridade que se manteve até ao intervalo, tanto pela agilidade intermédia leonina (William e Adrien ao seu nível), como pela inoperância dos dragões.
Só os Andrés eram muito pouco. O médio porque não tinha o acompanhamento de Herrera (só acordou na segunda parte), o avançado porque se perdia na batalha contra toda uma defesa. O Sporting soube anular Otávio e a equipa portista ficou totalmente manca de criatividade, recorrendo à forma mais desenrascada - jogo direto - e mais previsível.
Ineficácia manteve emoção
Com Óliver no segundo tempo, Nuno pretendia essa mesma criatividade recuperada, só que continuava a ser o Sporting a dominar os tempos de jogo, contra um FC Porto que não conseguia ter bola regularmente e, quando a tinha, via os apoios demasiado distantes. Uma equipa desligada.
Que só continuou em jogo em virtude da incapacidade do leão de finalizar as várias situações na área adversária, onde chegava com uma facilidade tremenda. Não o fez e depois ficou sem o seu timoneiro, expulso por contestar uma das muitas decisões onde Tiago Martins foi atacado.

Jorge Jesus acabou expulso ©Carlos Alberto Costa
Dois aspetos que faziam renascer, ainda que a espaços, o FC Porto, que pecava não apenas na falta de fio de jogo, como na clarividência na frente, onde o protesto à equipa de arbitragem parecia ser prioridade, ao invés do futebol. E, se o perigo surgia, a última barreira chamava-se Rúben Semedo - poderá estar na hora dele, Fernando Santos.
A tentativa final portista foi com inversão de tática: Depoitre ao lado de André Silva, Óliver Torres no meio (que má cartada a de o lançar na linha...) e Otávio e Herrera a variarem entre a extrema e o miolo. Ainda deu para alguns calafrios aos adeptos sportinguistas, mas poucos.
Slimani a chorar
No fim da partida, o argelino despediu-se de Alvalade em lágrimas, naquela que é a sua despedida.
É que, quando faltou pulmão, houve capitão! Adrien não deu pelos minutos passar e pareceu ter cada vez mais corda. A corda que puxa o Sporting ainda mais para cima na classificação.