À quarta foi de vez! O Benfica venceu, este sábado, o Sporting, em Alvalade, no dérbi da 25.ª jornada da Liga NOS, depois de ter perdido os três embates anteriores com a equipa de Jorge Jesus. Um golo de Kostas Mitroglou, aos 20 minutos, acabou por valer ao bicampeão nacional, que desta forma assume a liderança isolada do campeonato, com mais dois pontos que os leões.
As duas equipas sentiram o peso do momento, a importância de um dérbi com vista para o título. Por isso, entre o nervosismo e a ânsia de fazer bem, os primeiros 20 minutos pouco mais deram do que uma sequência abusiva de passes falhados, de ataques abortados. Ainda assim, o Benfica parecia ligeiramente mais cómodo e menos aturdido com a bola nos pés, sobretudo porque o trio do meio-campo – auxiliado por Pizzi e Gaitán – conseguiu suster a meia surpresa de Jorge Jesus, que colocou João Mário no apoio a Slimani e desviou Bryan Ruiz e Bruno César para as linhas.
O golo reforçou por algum tempo o controlo do Benfica, que sustentado num meio-campo trabalhador – nem sempre assertivo no passe, sobretudo Samaris – manteve o leão longe do estreante Ederson. O substituto de Júlio César raramente foi posto à prova na primeira parte (exceção a alguns cruzamentos), mas nem assim se livrou de um valente susto, quando Jefferson estoirou à trave! Na génese do lance esteve a primeira fuga de Bruno César no primeiro tempo, porque Gaitán e Eliseu falharam na comunicação.
No fundo, tudo se resumiu a eficácia. O Benfica marcou na única vez que atirou à baliza do Sporting, que por sua vez esbarrou no ferro no remate singular da primeira parte. O resto foi receio mútuo, algum controlo emocional das águias e um leão que despertou para o jogo nos últimos 10 minutos do primeiro tempo, já depois de Jorge Jesus ter emendado a posição de João Mário, recolocando-o à direita, com Ruiz mais no apoio a Slimani.
Com meio dérbi pelo caminho, a segunda parte ganhou em intensidade, sobretudo porque o Sporting forçou bem mais em busca do tempo perdido. Mas foi uma pressão sujeita a erros. O futebol não foi brilhante e o Benfica, pragmático e cínico, jogou as cartadas da experiência e nunca perdeu o norte, aquele que apontava para a liderança. Os primeiros minutos foram prova disso, com Renato Sanches e Gaitán a concluírem com perigo relativo duas saídas rápidas para o ataque.
Era a fase esquizofrénica da partida, com o «vulcão» de Alvalade a pedir a erupção, mas o gelo – e a fortuna – encarnada a mantê-lo controlado. Rui Vitória percebeu que era hora de dar músculo e trocou Pizzi por Fejsa. Tudo o que a águia queria era defender o tesouro e, se possível, matar o leão com uma bicada rápida. Não aconteceu, mas também não foi preciso. Do que sobrou da história, fica uma entrada dura de Renato Sanches sobre Bryan Ruiz - viu amarelo, devia ter visto vermelho -, nos minutos finais, numa atuação difícil de Artur Soares Dias, que podia - e devia - ter assinalado uma grande penalidade para cada lado.