Filipe Soares esteve em plano de destaque na primeira jornada da fase de subida do Campeonato de Portugal. O guarda-redes do Praiense defendeu duas grandes penalidades frente ao União de Leiria e ajudou os açorianos a conquistarem 1 ponto na cidade do Lis. Um momento que o próprio confirma ser o mais alto da carreira até ao momento.
«No momento foi uma alegria enorme. Qualquer guarda-redes que defende uma grande penalidade sente uma alegria enorme, então defender duas num jogo contra um dos grandes candidatos à subida e batidas por jogadores como o Joeano e o João Vilela...Sem dúvida nenhuma, este é o momento mais alto da minha carreira até agora e espero que outros possam vir a caminho. Vou trabalhar para que mais momentos destes possam surgir na minha carreira», afirmou Filipe Soares, em entrevista ao zerozero.pt.
Aos 27 anos, o guarda-redes do Praiense mantém intacto o sonho de chegar a patamares mais altos no futebol. Foi por isso que há três anos decidiu trocar o conforto do lar, na ilha de São Jorge, onde representava o Velense e trabalhava num negócio de família, para passar a dedicar-se a 100 por cento ao futebol. A história é contada na primeira pessoa por Filipe Soares.«Antes trabalhava no negócio dos meus pais. Eles têm uma pizzaria e eu servia ao bar. Trabalhava com eles diariamente e tinha um horário normal. Aqui nos Açores temos a Associação de Futebol de Angra do Heroísmo e a Associação de Futebol de Ponta Delgada. O clube que eu representava e que foi campeão pertencia à Associação de Futebol de Angra do Heroísmo e os campeões de Angra do Heroísmo, da Graciosa, da Ilha Terceira e da Ilha de São Jorge disputam uma liguilha de acesso à Série Açores. Desde que jogo pelos seniores disputei essa liguilha quatro vezes e da última vez surgiu o interesse do Marítimo da Graciosa. Nunca me tinha surgido essa oportunidade e fui em busca do meu sonho, passando a dedicar-me exclusivamente ao futebol», lembrou o guardião açoriano.
Filipe Soares admite que fazer carreira nos Açores é um fator que pode dificultar uma transferência para patamares maiores. No entanto, o próprio admite que a boa temporada que o Praiense está a realizar pode mudar esse paradigma esta temporada.
«A visibilidade não é tanta, mas isso é normal. No entanto, felizmente a equipa fez uma grande primeira fase e conseguimos chegar à fase de subida e a visibilidade é agora muito maior. Os olhos estão mais focados em nós e espero que a equipa consiga fazer uma grande fase de subida. Será benéfico para todos e para mim, naturalmente, também será benéfico», admitiu, garantindo que os objetivos do conjunto açoriano passam pela subida de divisão.
«A partir do momento que a equipa chega aqui o objetivo passa pela subida. Mas temos que estar concentrados jogo a jogo e pensar sempre dessa forma. Isso é o mais importante. Cada jogo será uma final e temos que conquistar os 3 pontos em cada um deles. Claro que se conseguirmos andar na luta será bom e acho que temos equipa para isso. Temos belíssimos jogadores, uma grande equipa e isso ficou demonstrado em Leiria. Ninguém esperaria o resultado que fomos lá fazer. Estivemos a ganhar por 0x2 e a vitória assentava-nos muito bem por tudo aquilo que fizemos. Jogámos muito tempo com menos um jogador, mas o nosso espírito, a nossa entrega e a nossa união se continuarem ao longo destes 13 jogos que faltam, acho que podemos ser uma grande surpresa», finalizou.